Professores fecham Afonso Pena em protesto e congestionam 3 quadras
Manifestação pede pagamento de reajuste previsto em lei, no cruzamento com a Rua 25 de Dezembro
Professores bloquearam o sentido Bairro/Centro da Avenida Afonso Pena em frente à Prefeitura de Campo Grande, em protesto pelo pagamento de reajuste previsto em lei, na manhã desta sexta-feira (25). Os manifestantes resolveram ocupar parte da avenida, mas acabaram tomando a pista toda, logo depois que receberam a informação de que não seriam atendidos ainda durante a manhã pela prefeita, Adriane Lopes (Patriota), que sugeriu reunião somente às 14h.
Condutores que trafegam na Afonso Pena ou na Rua 25 de Dezembro agora não podem descer a avenida, tendo que escolher entre seguir pela 25 de Dezembro ou virar à esquerda e subir a Afonso Pena. Com isso, o trânsito está congestionado em três quadras. Os manifestantes liberam apenas a passagem de ambulâncias e outros veículos de emergência.
“Viemos para a rua porque ela [prefeita] não atendeu a gente. A gente perguntou: ela vai vir? Não quis. Então, foi orgânica a decisão. Desrespeito, falta de consideração, não abriu diálogo, não desceu pra falar com a gente”, disse uma professora que preferiu não se identificar.
Um agente da GCM (Guarda Civil Metropolitana) está no cruzamento organizando o trânsito. Cerca de oito guardas estão em frente ao prédio da prefeitura. As escolas não têm aulas hoje e os professores estão desde as 8h no local. A reposição das aulas está prevista para o dia 3 de dezembro.
Os professores gritam "prefeita, cadê você, eu vim aqui para receber”. Além disso, alertam: “se não pagar, a educação vai parar”. O guarda pede que os professores voltem para a calçada, mas eles se recusam.
Logo após o bloqueio, os manifestantes foram chamados para uma reunião, por volta das 9h30, com a equipe da prefeita sem saber se ela estará presente. Alguns representantes do sindicato entraram, enquanto o protesto continua na rua.
Entenda a reivindicação - A situação se arrasta desde quarta-feira (23), quando o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, disse que a prefeita não poderia pagar o reajuste de 10,39% em dezembro para não ultrapassar o limite da folha de pagamento, o que infringiria a lei de responsabilidade fiscal, mas estava disposta a “dialogar com a categoria”.
Previsto em lei municipal, esse percentual faz parte de um escalonamento do aumento do piso determinado por lei federal para elevar o salário do piso de 20h de R$ 3,3 mil para 3,8 mil.
Neste ano, foi sancionado o aumento gradual para atingir a totalidade do reajuste de 62,4% em outubro de 2024. Algumas parcelas já foram pagas, mas o secretário anunciou que a de dezembro não estava garantida.
O Campo Grande News aguarda retorno via e-mail da Prefeitura de Campo Grande com posicionamento sobre a manifestação dos professores.