Presidentes de subseções da OAB-MS convocam reunião, mas Julio Cesar barra
O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), Julio Cesar, conseguiu barrar uma articulação para cobrar explicações dele sobre as tratativas contratuais com o prefeito Alcides Bernal (PP) em reunião extraordinária do Colégio de Presidentes das Subseções da entidade. Julio Cesar ficou isolado politicamente na Diretoria da OAB-MS, em razão desse suposto contrato milionário, negociado ao mesmo tempo em que o chefe do executivo da Capital, advogado, encontra-se sendo processado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem.
Um documento pedindo a convocação extraordinária do colégio, composto por 31 presidentes de subseções municipais da OAB-MS, já contava com 20 assinaturas, quando Julio Cesar passou a ligar e enviar e-mails para os que tinham assinado a fim de que retirassem o aval. A articulação para convocação de Julio Cesar tinha sido feita pelos presidentes das subseções de Dourados, Felipe Azuma, e de Três Lagoas, Luiz Henrique Gusmão.
Para conseguir cancelar a reunião, Julio Cesar usou como argumento o fato de que na próxima terça-feira, dia 26 de novembro, o Conselho Federal da OAB se reúne em Salvador para julgar a legalidade de seus atos. Na verdade, o conselho vai analisar somente a validade da portaria que criou uma comissão interna na OAB-MS para investigar as tratativas contratuais com Bernal.
Em sua página no Facebook, o presidente da subseção de Dourados da OAB-MS protestou contra a manobra de Julio Cesar. Seu posicionamento, via rede social, gerou muita repercussão no seio da categoria dos advogados de Mato Grosso do Sul.
“Quero aqui deixar claro: enviar e-mail e fazer ligações com tal intuito é algo que não se questiona a possibilidade legal, ainda que eu discorde que essa seja a atitude que um presidente deve ter, pois acredito que, nessas situações, o primeiro a querer prestar esclarecimentos pessoais e permitir ser questionado, deve ser quem ocupa o cargo para o qual foi eleito”, afirmou Azuma na postagem.
Mesmo como a manobra de Julio Cesar, segundo Felipe Azuma, ainda haveria quórum para realização da reunião do Colégio de Presidentes, mas optou-se por adiá-la. “Alguns presidentes, diante do pedido, reconsideraram a convocação e, embora ainda houvesse quórum pela metade mais um, outros presidentes de subseções ponderaram, com razão, de que em função da relevância do tema a ser debatido, a realização do Colégio de Presidentes, ainda que fosse amparada pela legalidade, seria importante ter um número expressivo de presentes, o que fez alguns mudarem seu posicionamento quanto à realização da reunião”, afirmou Azuma na postagem no Facebook.