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Política

PT adia decisão, mas Camila Jara já fala como pré-candidata à prefeitura

Depois de reunião demorada, com as 3 interessadas na disputa, discursos falam em "projeto feminista"

Por Ângela Kempfer e Caroline Maldonado | 23/09/2023 11:14
Camila com o boné de Lula, após reunião de mulheres que decidiu pela união feminina. (Foto: Juliano Almeida)
Camila com o boné de Lula, após reunião de mulheres que decidiu pela união feminina. (Foto: Juliano Almeida)

Coube à advogada Giselle Marques anunciar que “as mulheres do PT estão unidas. Nos reunimos e tomamos uma decisão: seremos protagonistas”. Mesmo sem falar o nome claramente, o restante dos discursos na plenária do PT indicaram, nas entrelinhas, que Camila Jara deve ser o rosto da pré-candidatura à prefeitura de Campo Grande.

Em todas as citações de dirigentes, Giselle Marques e as professoras Bartolina Ramalho e Eugênia Portela, só foram lembradas pela coragem de entrarem na disputa interna.

Giselle, por exemplo, principal "rival" de Camila, tentou mostrar admiração à jovem, destacando o fato da mais jovem na disputa ter sido eleita deputada federal “sem apoio de caciques, com o legado de ser neta de dona Narcisa (figura histórica do PT)”.

Já oficialmente, a decisão foi adiada. "Todas vão construir juntas a pré-candidatura e vão anunciar no dia 5 de outubro quem vai ser a representante do projeto", informou a vereadora Luíza Ribeiro (PT).

Entre os motivos de não revelar o nome, Giselle Marques disse que não foi decidida uma estrutura "binária", mas de um projeto que está sendo trabalhado em todas as setoriais do PT. "Quem veio aqui esperando racha, não vai achar rivalidade. Este partido vermelho sabe fazer diferente. Esse partido tirou o clima de animosidade. A primavera chegou", garantiu.

Ao fim do evento Camila adotou a postura de quem deve tomar a frente dos debates durante a campanha. Ao ser questionada sobre estar preparada politicamente para a briga, Camila respondeu com outra pergunta: "Qual outro pré-candidato foi eleito o melhor deputado do país?", lembrando da conquista recente dela.

Também já assumiu compromissos. “Vamos construir uma cidade para quem acorda cedo e pega ônibus lotado, para você que não consegue vaga em creche. Para quem não quer uma Campo Grande maquiada no Centro. Para quem olha e vê que temos 38 favelas nessa cidade. Nunca tivemos uma Campo Grande pensada por mulheres. Por isso que nós, com a força do Governo Federal, nós estamos aqui.”

Giselle, Camila, Bartolina e Eugênia, as 4 citadas como possíveis pré-candidatas. (Foto: Juliano Almeida)
Giselle, Camila, Bartolina e Eugênia, as 4 citadas como possíveis pré-candidatas. (Foto: Juliano Almeida)

Todas as mulheres envolvidas no processo garantiram que as mulheres cogitadas para disputa farão parte desse projeto “feminista” para conquistar o Executivo Municipal.

Mas Giselle admite divergências anteriores, ao explicar que o estatuto do PT diz que, se não há consenso, os nomes vão para as prévias, o que não ocorrerá. "Queremos construir uma unidade. A diferença é que não vai ter prévia e, sim, uma unidade em torno de um nome. Antes da plenária, havia uma animosidade, se ia para as prévias ou não. Agora, não [tem mais essa animosidade]"

Camila venceu a primeira eleição em 2018 para Câmara de Vereadores. Após um ano e meio já começou a trabalhar na candidatura para a Câmara Federal e agora, caso tenha o nome realmente confirmado, no primeiro ano de trabalho em Brasília assumirá o maior desafio, a briga pela prefeitura aos 28 anos.

O presidente do partido, Agamenon do Prado, colocou em votação o adiamento, que resultou na decisão unânime de fazer reunião no dia 5 de outubro para o anúncio da pré-candidata. "Talvez o Lula anuncie", antecipou Camila.

O deputado estadual José Orcílio Miranda dos Santos, o "Zeca do PT" e o deputado federal Vander Loubet não participaram do evento. Zeca informou ao diretório que tem agenda em Porto Murtinho hoje, enquanto Vander está em Buenos Aires, na Argentina, em evento do Parlasul (Parlamento do Mercosul).

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