PT confirma Giselle Marques como pré-candidata na disputa ao governo de MS
Coletiva de imprensa está marcada para amanhã, às 14h, na sede do partido da Capital
Depois da desistência do ex-governador José Orcírio Miranda, o Zeca do PT da disputa pelo governo do Estado nas eleições deste ano, o PT convoca uma coletiva de imprensa para oficializar a advogada Giselle Marques como pré-candidato do partido. O anúncio está marcado para amanhã, às 14h, na sede da legenda, localizada na Rua das Garças, nº 2320, no Bairro Santa Fé.
Giselle estava pleiteando a vaga de Senado internamente no partido. Ela disputava com o professor Tiago Botelho, que agora deve ser o pré-candidato oficial. Zeca desistiu na semana passada, para liberar o partido na corrida eleitoral, já que está com pendências na Justiça.
Em menos de uma semana, os diretórios do Estado se reuniram e chegaram ao consenso no nome de Giselle. Ela é petista 'raiz', filiada em 1986 e militante de origem estudantil. Já disputou eleição em 2018, como primeira suplente de Zeca do PT para o Senado. Quando ele foi governador, ocupou os cargos de superintendente do Procon e gerente de licenciamento do antigo IMAP (Instituto, de Meio Ambiente do Pantanal), hoje Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
"É importante o PT ter candidatura própria, uma vez que o companheiro Zeca declarou que não tem como ser candidato. Pedi que o diretório conversasse e que meu nome tivesse alcance em todo o partido. Essa foi minha única condição, de ter a maioria me apoiando. Os militantes vão se sentir representados", pontuou. Dentre os petistas, Giselle é conhecida por participar ativamente dos movimentos sociais. Além disso, é mestre, doutora e pós-doutorado em meio ambiente.
Entre os programas de governo que ela já vislumbra está a volta do direito da população de comer três vezes ao dia, além de programas sociais efetivos de inclusão e o zoneamento ecológico como instrumento de gestão.
"Hoje, temos mais cabeça de gado no Estado do que gente. Mas as pessoas não estão conseguindo comprar carne para comer. Precisamos de políticas para a produção que venha para a mesa do povo", destacou.
Mesmo após a crise nacional do PT, Giselle não quis deixar o partido e criou o grupo juristas pela democracia. De lá para cá, tem ganhando engajamento político. Disputou a eleição da OAB-MS (Ordem dos Advogados Brasileiro Seccional de Mato Grosso do Sul) no final do ano passado e ficou em terceiro lugar.
"Sempre disse que o PT ressurgiria das cinzas, como uma fênix. Mas não imaginava que fosse tão rápido. Isso mostra que o povo brasileiro tem uma sabedoria de perceber a diferença entre um governo de Lula e um de extrema direita", pontuou.
Ela acredita que tem tempo para construir a pré-candidatura, embora outros pré-candidatos estejam há algumas semanas percorrendo o Estado. "Me sinto preparada para governar Mato Grosso do Sul, porque como pesquisadora, sempre estudei alternativas econômicas sustentáveis do desenvolvimento do Estado. Essa pré-candidatura é consequência de todo um trabalho."
A candidata já conversou com a família e disse que apesar do medo das meninas, ela não vai deixar de lutar. "Já recebi muitas ameaças de morte. Tive que mudar de casa quando elas eram pequenas. Mas elas compreenderam, disseram que se eu não tiver lutando pelo que acredito, não sou eu. Nesse momento, estamos de luta da civilização contra a barbárie e não posso deixar de fazer minha contribuição."
Assim que for anunciada amanhã como pré-candidata, Giselle já pretende conversar com representantes políticos do PSOL, Rede Sustentabilidade e PDT. "Precisamos fazer uma chapa qualificada para ajudar a gestão do presidente Lula."