ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 24º

Política

Reajuste de servidores depende de melhora na receita com ICMS do gás

Secretário de governo, Eduardo Ridel, afirma que negociações com funcionalismo público só serão feitas em abril e que até lá, governador tem batalha importante

Anahi Zurutuza e Alberto Dias | 20/02/2017 16:08
Secretário Eduardo Ridel em entrevista ao Campo Grande News (Foto: André Bittar)
Secretário Eduardo Ridel em entrevista ao Campo Grande News (Foto: André Bittar)
Governador reunido com deputados para apresentar projetos de reforma administrativa e que limita gastos do Executivo; nesta e na próxima semanas, ele cumpre agendas em Brasília (Foto: André Bittar)
Governador reunido com deputados para apresentar projetos de reforma administrativa e que limita gastos do Executivo; nesta e na próxima semanas, ele cumpre agendas em Brasília (Foto: André Bittar)

Antes de começar a negociar reajuste salarial do funcionalismo público estadual, o governo de Mato Grosso do Sul precisa vencer a batalha com a Petrobras para melhorar a arrecadação de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) do gás natural. De acordo com o secretário de Governo, Eduardo Riedel, só o aumento nesta fonte de receita permitirá que o Estado consiga negociar aumento para os servidores.

“Nós estamos falando para os servidores que a negociação para a data-base, que é maio, vai ser discutida a partir de abril, porque até lá nós temos negociação de extrema importância para o Estado, que é a do ICMS do gás”, afirmou Riedel ao sair da reunião com deputados estaduais, na Governadoria, sobre as propostas do Executivo estadual de reforma administrativa e teto para os gastos do governo.

O secretário destaca que, mesmo com a expectativa de economizar até R$ 34 milhões por ano com a revisão na estrutura administrativa, por exemplo, só se houver perspectiva de melhora na arrecadação será possível atender as reivindicações do funcionalismo público.

“Se o ICMS do gás melhorar, a gente tem uma condição de negociação com o servidor. Se não, é outra situação. Então, nós estamos pedindo paciência e temos de ter cautela para não nos precipitarmos”, deixou claro.

Ridel detalhou a agenda de Reinaldo Azambuja (PSDB) em Brasília (DF) para convencer a União a voltar a comprar o gás boliviano - que passa pelo gasoduto de Mato Grosso do Sul e por isso gera receita para o Estado. “O governador vai ter ainda esta semana, junto com a bancada, a um encontro com o ministro Eliseu Padilha [chefe da Casa Civil], esteve com o presidente Michel Temer, estará depois do Carnaval com o presidente da Petrobras [Pedro Parente] e tudo depende muito de como estas negociações ocorrerem”.

Queda na receita – A Petrobras reduziu drasticamente a compra de gás natural produzido na Bolívia e, por consequência, derrubou a arrecadação do ICMS para os cofres estaduais neste ano.

O governo já havia anunciado a preocupação, uma vez que a queda na receita coloca em risco as contas do Estado.

Conforme a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), no ano passado, o governo arrecadava por mês R$ 79,3 milhões com o ICMS do gás boliviano. O montante representava 11,51% do total recolhido com o tributo. Em janeiro deste ano, arrecadação caiu pela metade, R$ 38,6 milhões – 5,67% do que o Estado recebe com a cobrança do imposto.

Entre 2015 e 2016 também houve queda. Há dois anos, o Estado arrecadava mensalmente R$ 107.376.273 com o ICMS do gás – eram 16,60% da receita do imposto (veja no gráfico).
O contrato do Brasil com a Bolívia prevê o consumo de cerca de 30 milhões de metros cúbicos (m³) de gás por dia. Mas, o país tem importado somente 14 milhões de m³ diariamente.

Reforma – Reinaldo apresentou, na manhã desta segunda-feira (20), detalhes da reforma administrativa planejada para este ano. A redução de 13 para dez secretarias faz com que Mato Grosso do Sul tenha a menor estrutura administrativa entre as demais unidades da Federação. Desta forma, segundo o governador, o Estado se iguala a Goiás.

Nos siga no Google Notícias