Riedel apoia preservação, mas questiona tombamento do Parque dos Poderes
Projeto busca proteção para a área, mas governador Eduardo Riedel levanta ressalvas quanto ao modelo
Projeto em discussão na Câmara Municipal de Campo Grande, que propõe o tombamento de áreas naturais na capital do estado de Mato Grosso do Sul, incluindo o Parque dos Poderes, o Parque das Nações Indígenas e o Parque do Prosa, tem gerado muita discussão. Em declaração dada nesta quinta-feira (14), o governador Eduardo Riedel (PSDB) expressou suas ressalvas e apontou os impactos negativos, inclusive para a preservação, caso o tombamento prospere.
"Não podemos confundir preservação com tombamento, o tombamento inibe outras ações que são benéficas inclusive à preservação. Tenho alertado para seguirmos para uma discussão mais qualificada do tema em relação ao que significa um tombamento", declarou o governador em relação ao projeto.
Ele destaca a importância de investimentos para garantir a preservação e o bem-estar da população que utiliza os parques para atividades como exercícios e lazer, principalmente aos finais de semana, que seriam prejudicados caso fosse uma área tombada.
“No Parque dos Poderes, precisamos de investimentos para garantir a preservação e bem-estar da população, ali é um espaço da sociedade que usa para fazer exercícios, se divertir e piqueniques, mas quando você tomba, você também proíbe de fazer investimentos, inclusive para essas pessoas, temos que tomar cuidado com o que queremos, pois temos que manter a preservação do local”, disse Riedel. “A preservação eu sou totalmente a favor, mas sobre o tombamento tenho minhas ressalvas”, finalizou.
Com 2.435 metros quadrados, o Parque dos Poderes com o Parque do Prosa e o Parque das Nações Indígenas são de titularidade do Governo de Mato Grosso do Sul e, inclusive, os últimos dois estão no projeto de concessões à iniciativa privada por meio de parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O projeto de tombamento visa proibir a supressão vegetal nas áreas dos parques tombados, mas permitiria a reforma das edificações existentes desde que mantivessem a originalidade arquitetônica, com autorização dos órgãos ambiental e cultural da prefeitura. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) justifica o projeto afirmando que essas áreas são de "notável beleza cênica e relevância ambiental".
Além disso, o projeto argumenta que a conservação do complexo de parques é de interesse público, especialmente devido às frequentes inundações causadas por grandes chuvas e obras na área urbana. O governo estadual acredita que o tombamento pode impedir a realização de investimentos necessários para lidar com esses problemas.
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