Saúde terá maior verba no Orçamento de Campo Grande; aumento é de 13,5%
Sem considerar o custeio da máquina, o setor mais aquinhoado com recursos no Orçamento de Campo Grande para 2014, o primeiro elaborado na gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), é a Saúde Pública, com despesa totalizando R$ 925,1 milhões, conforme o quadro dos gastos por função de governo. Isso representa 30,93% do total do Orçamento, R$ 2,99 bilhões, pouco mais que o dobro do mínimo exigido de 15%, índice aliás que recai sobre verbas específicas não abordando toda a receita municipal. No exercício atual, que se encerra dia 31 de dezembro de 2013, o investimento previsto para a saúde atinge R$ 814,9 milhões.
A previsão demonstra que efetivamente o prefeito Bernal resolveu priorizar o setor de saúde pública, já que haverá um acréscimo de R$ 110,17 milhões para o ano que vem, representando 13,52% de aumento em relação a 2013. Esse percentual é quase o dobro do reajuste total do Orçamento para 2014, que foi de 6,8%, subindo de R$ 2,798 bilhões este ano para R$ 2,990 bilhões no próximo exercício financeiro.
Dos investimentos a serem realizados na saúde pública em 2014 na Capital, a maior parte faz parte do orçamento do Fundo Municipal de Saúde (FMS), R$ 827,7 milhões, sob responsabilidade direta de seu presidente, o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca. Neste ano, a previsão é de aplicação de R$ 735,14 milhões através do FMS.
No quadro de despesas por função de governo para o ano que vem, depois da Saúde Pública, Educação tem a maior verba, R$ 631,2 milhões, seguido por Transporte, R$ 552,5 milhões, Urbanismo, R$ 197,1 milhões, e Administração, R$ 170,2 milhões, entre os principais itens.
Quanto ao exercício atual, a previsão orçamentária de 2014 é de R$ 572 milhões para Educação; R$ 546,3 milhões para Transporte; R$ 239,9 milhões para Urbanismo; e R4 194,6 milhões para Administração.
Maior desafio – O prefeito Alcides Bernal tem declarado que saúde continua sendo sua prioridade e pedindo mais tempo para resolver os problemas, que se agravaram muito neste seu primeiro ano de governo. “O maior desafio é a Saúde. É um problema que não se resolve de um dia para o outro”, afirmou Bernal recentemente.
Na campanha eleitoral, Bernal criticou duramente as gestões de Nelsinho Trad e André Puccuinelli na Capital pelos problemas na área de saúde, apesar de serem médicos. No seu plano de governo, o então candidato chegou a fazer a seguintes promessa: “A Saúde será prioridade na administração, com aquisição de equipamentos modernos e atuais, além da existência 24 horas de médicos em postos de saúde. Também será criada a central de consultas online, para evitar o sofrimento em filas”.
Nestes primeiros oito meses de governo, o prefeito Alcides Bernal ampliou o atendimento nos postos de saúde, realizou mutirões de consultas com médicos especialistas, lançou mutirão de cirurgias e criou uma equipe móvel de médicos. No entanto, os postos de saúde enfrentaram crise neste primeiro semestre, com desabastecimento, faltando até de agulha, medicamentos e materiais básicos para atendimento. Além disso, a demora no atendimento, com filas sendo formadas de madrugada, continua sendo realidade na Capital.
A rede de saúde municipal conta hoje com 81 unidades de saúde. No projeto de Orçamento para 2014, dentro do investimento previsto de R$ 827,7 milhões, na unidade Fundo Municipal de Saúde (FMS), destacam-se as obras de construção das unidades de saúde da família dos bairros Arnaldo Estevão de Figueiredo, Cristo Redentor, Santa Emília, Aquárius e Indápolis/Indubrasil, além da conclusão de várias Unidades Básicas de Saúde (UBS), entre as quais as dos bairros Paulo Coelho Machado, Recanto dos Gaúchos, Azélia e Ana Maria do Couto.