Secretário critica entidades e diz que “politicagem acabou” em demarcações
Luiz Nahban, do Ministério da Agricultura, também disse que governo federal não dialogo com "quem não age dentro da lei"
Em Mato Grosso do Sul, o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Nahban, disse que a meta do governo federal é “fazer as coisas dentro da legalidade” e não mais com “fantasia e politicagem”. O discurso foi resposta às indagações sobre demarcações de terras indígenas no Estado.
Ele e o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), participam da abertura da 55ª Expoagro de Dourados, 225 km de Campo Grande, neste sábado (dia 11).
Para o ministro, não há necessidade de mais terras demarcadas e que, se tiver, serão feitas sem “viés ideológico, com viés político ou interesse geopolítico de ongs que estão aí de forma escusa”. “Isso acabou nesse governo. Então não vou dizer que acabou [as demarcações], mas se tiver, será dentro da legalidade”. Nahban, no entanto, não detalhou possíveis critérios para eventuais demarcações.
O titular da pasta, que hoje une interesses do produtor e do indígena, justamente públicos antagonistas, também endureceu o discurso sobre entidades voltadas para questão indígena e sem-terra, quando questionado sobre manter diálogo com MST (Movimento Sem Terra) e Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
“Esse governo não conversa com quem age fora da lei. Com os demais, o diálogo é permanente, com quem mantém e respeita o direito de propriedade, o estado democrático de direito, mantém uma política de diálogo saudável, não essa doentia de invasão. Invasão é crime e ponto final”.
Ao lado do ministro, o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou que o ministério “está dialogando bem”. “O desenvolvimento do País precisa de todos e precisa de paz. Precisa construir parcerias, distensionar essa questão das invasões e ter uma segurança jurídica, aí nós vamos crescer”.
Para o chefe do Executivo estadual, Nahban “tem um papel extraordinário” no diálogo rumo à pacificação dos conflitos entre ruralistas e indígenas.