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Política

Sem quorum para eleição, direção de Câmara “busca” vereadores

Com 8 presentes, Daniela Hall chamou vereadores para participarem de eleição; manobra da base aliada esvaziou o plenário

Humberto Marques e Helio de Freitas, de Dourados | 07/12/2018 14:42
Manifestante protesta dentro da Câmara de Dourados, em meio a manobra de aliados para barrar eleição após prisões na Cifra Negra. (Foto: Helio de Freitas)
Manifestante protesta dentro da Câmara de Dourados, em meio a manobra de aliados para barrar eleição após prisões na Cifra Negra. (Foto: Helio de Freitas)

A vereadora Daniela Hall (DEM), presidente da Câmara Municipal de Dourados –a 233 km de Campo Grande– abriu na tarde desta sexta-feira (7) a sessão da Casa que visa a eleger a nova Mesa Diretora do Legislativo local, porém, a votação tende a não ocorrer. Movimentação da base da prefeita Delia Razuk (PR) esvaziou o plenário e impede o quorum mínimo para início da eleição, marcada pela prisão de um dos candidatos e dois de seus apoiadores durante a Operação Cifra Negra, todos integrantes da base governista.

Daniela determinou até mesmo a “busca” de vereadores na sede da Câmara, a fim de confirmar a realização da votação. No entanto, o grupo responsável por notificar os parlamentares pessoalmente encontrou gabinetes vazios.

Dos 19 vereadores, apenas 8 estão presentes. A base aliada se retirou em protesto ao fato de a Câmara não ter dado posse a Maurício Lemes Soares (PSB), suplente de Idenor Machado (PSDB) –um dos presos na Cifra Negra e que se licenciou. Soares chegou a fazer plantão na Câmara para assumir o cargo, o que não ocorreu.

Idenor é do grupo de Pedro Pepa (DEM), candidato ao comando da Câmara que também foi preso na operação, assim como Pastor Cirilo Ramão (MDB, candidato a segundo secretário na chapa de Pepa). A Cifra Negra apura um suposto esquema montado para fraudar licitação dos serviços de tecnologia da informação do Legislativo no período em que Idenor comandou a Casa (de 2011 a 2016).

Manobra – Daniela Hall abriu a sessão mesmo com apenas oito vereadores em plenário. Para eleição da Mesa, pede-se ao menos maioria simples (mais de 50% dos presentes, ou seja, dez vereadores). Os ausentes integram a base de Delia e cobram a posse do suplente de Idenor. Além da atual presidente da Casa, compareceram à votação Marçal Filho (PSDB), Pastor Sérgio Nogueira (PSDB), Madson Valente (DEM), Olavo Sul (Patriota), Elias Ishy (PT), Lia Nogueira (PR) e Alan Guedes (DEM), este candidato à presidente.

Lia, embora do partido de Delia, declara-se como “independente” na Câmara. Ela considerou uma “manobra” de aliados da prefeita a ausência em plenário, já que todos os vereadores estavam cientes da realização da sessão.

Diante da falta de quorum, Daniela Hall nomeou uma comissão de assessores jurídicos, liderados por Olavo, para percorrer os gabinetes e procurar os vereadores. As salas dos parlamentares faltosos estavam todas fechadas.

Em plenário, dezenas de pessoas, incluindo sindicalistas, aguardam a realização da votação e mostraram indignação com as ausências com gritos de “covardes”.

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