STF dá mais prazo para PF investigar deputados citados na Uragano
Em fevereiro deste ano, o Supremo mandou quebrar o sigilo bancário de Marçal Filho e Geraldo Resende
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio, concedeu mais prazo para a PF (Polícia Federal) investigar os deputados federais Geraldo Resende e Marçal Filho, ambos do PMDB.
Os parlamentares foram citados durante a operação Uragano, realizada em setembro de 2010. A ação revelou esquema de fraudes envolvendo a prefeitura de Dourados, vereadores e empresários.
A investigação foi prorrogada por mais 60 dias, para realização das oitivas dos deputados federais e de Eleandro Passaia. Então secretário de Governo do prefeito Ari Artuzi, Passaia gravou o pagamento das propinas.
Em fevereiro deste ano, o Supremo mandou quebrar o sigilo bancário de Marçal Filho e Geraldo Resende a pedido do MPF (Ministério Público Federal).
Está sob investigação a movimentação bancária dos parlamentares - incluindo cartões de crédito, aplicações financeiras e Declarações de Imposto de Renda - compreendida entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010. Também serão analisadas as emendas parlamentares propostas pelos deputados entre 2008 e 2010.
Em relação a Marçal Filho, diálogos gravados apontam que: servidores públicos teriam sido colocados à disposição do parlamentar para trabalhar na campanha eleitoral; a Rádio 94 FM, de propriedade do parlamentar, recebeu pagamentos para apoiar a gestão de Ari Artuzi; e show promovido pela rádio teria sido pago com recursos municipais destinados à saúde.
Sobre Geraldo Resende, consta que ele “recebia comissão de 10% sobre as emendas por ele apresentadas, fato confirmado por “Geraldinho da Planacom” em conversa com o então secretário municipal.
Na ocasião, Resende afirmou que estava tranquilo. “Estou confiante que no fim de tudo sairei com dois atestados: de idoneidade e de pobreza”. À época, Marçal Filho não foi localizado pela reportagem.