Tavares afirma que há dois meses negociava sua saída da SES
Secretário convocou coletiva para comunicar decisão, que deve ser oficializada nos próximos dias
O secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, confirmou na tarde desta quarta-feira (6) que está deixando o cargo. A exoneração, informou, ocorre a pedido, e vinha sendo negociada há pelo menos dois meses. Agora, afirma o médico cardiologista, ele irá retomar o cargo de servidor na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Tavares deve ser substituído pelo atual diretor do Hospital Universitário, Carlos Coimbra, que já foi convidado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para assumir o posto.
“Estava há dois meses negociando a minha saída, mas não poderia deixar de cumprir as férias do ano passado”, disse Tavares, citando a necessidade legal de ter iniciado suas férias e o fato de já ser apontado um sucessor. “A decisão [de deixar o governo] é única e exclusivamente motivada por questões de vida privada”, reiterou. Segundo ele, como a informação sobre sua saída “vazou”, decidiu-se realizar a coletiva para anunciar a decisão. A exoneração deve ser publicada nos próximos dias.
O secretário confirmou que pretende retornar à UFMS, descartando também a possibilidade de disputar as eleições de 2018 –Reinaldo havia dito que secretários que pretendem concorrer no pleito deverão deixar o governo nas próximas semanas. “Absolutamente não serei candidato a nada”, reiterou.
Nelson Tavares permaneceu por quase três anos à frente da SES. No período, a pasta realizou a Caravana da Saúde, projeto responsável por reduzir a fila do SUS (Sistema Único de Saúde) para realização de cirurgias eletivas. “Foram 850 mil atendimentos, com 60 mil pessoas operadas”, reforçou o secretário.
Uma segunda “caravana” chegou a ser realizada, conforme Tavares, focada nas populações indígenas de Mato Grosso do Sul. “Foi inédito no país, algo reconhecido pelas lideranças das aldeias”. Uma nova edição da ação de saúde, segundo ele, teria como meta zerar a fila de exames e procedimentos relativos a câncer de colo de útero e de mama, e envolveria alunos, pais e professores da rede estadual.
Dengue – O atual secretário deixa o cargo após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) investigar a aplicação de R$ 20 milhões em ações de combate à dengue pela SES –suspeitas que ele avalia como um “equívoco”.
Tavares negou que sua saída tenha relação com críticas às ações de combate à dengue no âmbito da pasta. Segundo ele, informações de que houve mal uso de recursos serão esclarecidas em breve.
“Fizemos uma reunião interna na segunda-feira e avaliou que houve um equívoco. Se achasse que houve algo muito grave até ficaria mais um pouco no cargo, até isso ser resolvido. Mas acredito que os técnicos vão esclarecer a questão”, declarou o virtual ex-secretário, que disse sentir “orgulho sobre como combatemos a dengue, a zika e a chikungunya”.