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Política

Vander pode responder por crimes com penas de até 26 anos de prisão

Aline dos Santos e Edivaldo Bitencourt | 08/03/2015 08:00
Vander é acusado de usar uma empresa de fachada para receber o dinheiro desviado da Petrobras. (Foto: Arquivo)
Vander é acusado de usar uma empresa de fachada para receber o dinheiro desviado da Petrobras. (Foto: Arquivo)

As denúncias do MPF (Ministério Público Federal) contra o deputado federal Vander Loubet (PT) podem resultar em pena de até 26 anos de prisão. No pedido de abertura de inquérito, encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a conduta do parlamentar aponta para crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No primeiro caso, a pena vai de 2 a 12 anos de prisão para quem “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”. A punição é aumentada em um terço para ocupante de cargo público. Já o crime de lavagem de dinheiro é punido com 3 a 10 anos de prisão. O nome de Vander está na lista da operação Lava Jato.

O petista, que atuava junto com o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PT/SP), é acusado de usar uma empresa de fachada para receber o dinheiro desviado da Petrobras. Os dois passaram a ter influência nas subsidiárias da estatal, como BR Distribuidora e Transpetro, em 2009, após a instalação da CPI pelo Congresso Nacional.

O deputado sul-mato-grossense foi citado nos depoimentos das delações premiadas do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro AlbertoYoussef. Em todo o depoimento, eles citam reuniões, encontros, repasses em espécie e depósito para o petista, mas, em nenhum momento, citaram valores.

Só falam em valores quando citam Vaccarezza, que teria recebido R$ 450 mil, em três parcelas de R$ 150 mil em espécie.

De acordo com o doleiro Alberto Youssef, o advogado foi combinar o valor no primeiro encontro. No segundo, ele foi receber o dinheiro. Novamente, ele diz que não se lembra do valor repassado ao deputado federal de MS.

Em outro trecho, Youssef contou que Rafael Ângulo Lopez entregou dinheiro para Vander no escritório de Ademar em Campo Grande. Conforme o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a GFD Investimentos é uma empresa de fachada, que recebia recursos e era operada por Pedro Paulo Leoni Ramos, atuante nos fundos de pensão e nas subsidiárias da Petrobras.

Paulo Roberto Costa revelou que realizou várias reuniões com Loubet dentro e fora da Petrobras, no Rio de Janeiro, entre os anos de 2008 e 2009. Também se encontrou com a dupla na casa do lobista Jorge Luz. Ele contou que Vander recebia dinheiro, mas nunca pediu repasse para a campanha política. Vaccarezza é acusado de receber dinheiro desviado da Petrobras do cartel de empreiteiras por meio de doações oficiais.

O procurador-geral da República acusa Vander ainda de se associar ao ex-presidente e senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTB), para controlar o esquema de corrupção nas subsidiárias da Petrobras.

Por meio de nota, Vander Loubet se disse surpreso com a denúncia. A assessoria de imprensado parlamentar informou que ele está em Mato Grosso do Sul neste fim de semana e deve se reunir com os advogados quando retornar para Brasília, sem previsão de data. Somente após o encontro, irá se manifestar pessoalmente sobre o caso.

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