Vereadores revelam perseguição e ameaçam deixar partido de Bernal
Pressão tem sido justificada devido ao não cumprimento de acordos
Vereadores do PP (Partido Progressista) denunciaram, nessa semana, perseguição dentro da legenda por votar favoravelmente aos projetos encaminhados pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). O principal articulador da "pressão" seria o ex-prefeito Alcides Bernal, que preside o diretório estadual da sigla e tem alegado que o atual chefe do Executivo descumpriu acordo firmado durante as eleições. Valdir Gomes e Dharleng Campos não descartam deixar a legenda, já Derly dos Reis, o Cazuza, não fala em sair do partido.
A situação foi exposta, na terça-feira (6), durante pronunciamento de Valdir Gomes na tribuna da Câmara Municipal. "Temos recebido críticas severas do presidente do partido e indução com ameaças de perda de mandato. Está dizendo que Marquinhos não cumpre, não paga, mandou o povo dele embora. Eu não participei de acordo", revelou.
Texto enviado por Bernal, via aplicativo de mensagens, externou seu descontentamento com a bancada porque "decidiram fazer parte da base de apoio ao prefeito. Opção dos três, sem consulta ao partido". Questionado pelo Campo Grande News, o ex-prefeito negou pressão e criticou Valdir por "discurso contra seu próprio partido". Este alegou ainda estar aberto ao diálogo e lançar seu grupo aos cargos de deputado estadual, federal ou vaga no Senado.
Contudo, o descontentamento na bancada inclui os três representantes na Câmara Municipal. Dharleng Campos reiterou que a crise teve início quando Marquinhos Trad tomou posse e "perseguição é por pequeno grupo que não quer que vote com o prefeito".
Para Cazuza, não há porque concordar com nenhum tipo de pressão pois o grupo foi eleito pelo povo, mesmo que também deva "respeitar o partido, bem como ser respeitado pelos correligionários". Ele seria o único a não cogitar, como Valdir e Dharleng, deixar o partido se a crise persistir. Há prevista reunião no diretório da sigla sobre o tema depois do Carnaval.
Fora da base - Na avaliação de Bernal, o PP nunca esteve na base de Marquinhos, depois que este assumiu a prefeitura. "A partir do momento que concluiu os trabalhos de transição ele nunca mais voltou a falar com o partido e dispensou pessoas fundamentais para o bom andamento de programas, como a equipe móvel", destacou o ex-prefeito.
"Ninguém pediu dinheiro ou cargo, mas programa de governo e participar das soluções dos problemas. O PP não se afastou porque nunca esteve junto, mas os três vereadores estão votando conforme o interesse deles".