Antes do diploma, médicos atendem o SUS por dois anos
A falta de Hospital Escola para servir à residência médica é de responsabilidade do governo federal. Todo ano são formados 15.000 médicos e o país só tem 11.468 vagas para os médicos fazerem as suas residências.
Se o governo, às vésperas das eleições de 2014, esta ocupado com a reeleição de Dilma e eleição de Padilha para governador de São Paulo e com as responsabilidades de arrumar um cargo de disputa eleitoral para Mercadante e sua chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffman, tem que entender que não pode misturar as coisas.
Essa é a parte da questão que impediu, até agora, de os problemas brasileiros, e nele a saúde pública, serem resolvidos ou encaminhados sem atropelos, nem mentirosas soluções.
Por consequência do pouco caso, incompetência e inapetência administrativa o governo de Dilma está doidinho e distribuindo verbas de milhões aqui, mais milhões ali.
Quando o governo federal anuncia que vai liberar ou liberou alguma verba, não é o mesmo que dizer que o dinheiro já esteja disponível no caixa a que se diz programado para recebê-lo. Vai tempo, nisso, por conta da burocracia e enrolação mesmo. Para dar impressão de que o sanduiche de mortadela é um almoço.
Hoje, os estudantes de medicina têm quatro anos de disciplina e mais dois anos de "internato" nos hospitais-escola, antes de receberem o diploma.
Aproximadamente um terço do curso de medicina está no regime de internato nos Hospitais Escola, com aulas práticas, em que atendem pacientes do SUS com supervisão de professores, os preceptores. É o treinamento final para ser médico.
Outro lado dessa mesma questão é a do médico que quer fazer doutorado, por exemplo, precisaria de mais dois, três ou quatro anos de dedicação. Isso Dilma, Padilha e Mercadante não comentam.
O castigo que o governo quer impor aos médicos, obrigando-os a mais dois anos de especificidade no SUS, além dos cinco anos acadêmicos, mais dois anos de residência médica, é reclamado como descabido exagero.
Primeiro, que Dilma não tem autoridade nem o direito de sair por aí distribuindo castigo a nenhum profissional. Segundo, nesta questão ela não tem moral, para tais exigências.
Mantendo-me nos limites dos fatos, e em provas, dou o melhor de mim, e creio que novos rumos estão a caminho para a saúde pública brasileira. A todos os de boa vontade e ação, dou bom dia, o meu bom dia pra vocês.
(*) Ruy Sant’Anna é jornalista e advogado.
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