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Retrospectiva 2013

Perdas, ganhos e muitas descobertas em uma cidade que pode ser bem divertida

Ângela Kempfer | 31/12/2013 06:13
Funk no Empório Santo Antônio, foi o ritmo de 2013 e promete voltar com tudo em 2014.
Funk no Empório Santo Antônio, foi o ritmo de 2013 e promete voltar com tudo em 2014.

A lição particular que fica de 2013 é que disposição é fundamental para tornar a vida mais divertida. Dias e noites rodando a cidade em busca de boas matérias provou o quanto Campo Grande é interessante.

Do boteco do Parati, ao bar que contrata seguranças na Euclides da Cunha para evitar que os clientes façam xixi na calçada, encontramos de tudo um pouco.

A cerveja pode ser baratinha na rua Brilhante, o lanche vira motivo para desabafos de fim de noite na antiga rodoviária, lanchonetes com salgados por R$ 1,00 fazem o trânsito parar no Tiradentes, o sushi tem 8 centímetros no Monte Líbano e o suco tem sabor de amendoim na praça do bairro Santa Fé.

É tanto lugar bacana, que o assunto rendeu um ano inteiro de reportagens só sobre bares, casas noturnas e restaurantes pela cidade, do Nova Lima à Nova Campo Grande, da saída para Sidrolândia, aos rumos de São Paulo.

A mesma vontade de conhecer o que está ali do lado nos levou a Assunção em 2013, uma capital com cara de Campo Grande, em versão mais barata, com gente educada, serviços e produtos de primeira, bem diferente da imagem na cabeça de quem nunca havia ultrapassado Pedro Juan Caballero.

Só assim dá para fechar o ano com saldo positivo. Com disposição, artistas também fizeram vingar o “1% pra Cultura”, que fixa valor do orçamento do município a ser investido no setor.

Energia semelhante rendeu reedições de mostras de teatro, de Arquitetura, de hip hop, e até a montagem de um drive in no estacionamento do Shopping Norte Sul Plaza, durante Festival de Cinema.

Também é preciso largar mão de qualquer tipo de preconceito para ir mais longe. O funk, por exemplo, que atormenta moradores dos altos da Afonso Pena, tem noites de glória na periferia. Tem orgias ilegais, com gente pelada, muita bebbida e menor de idade, como as noites na Chácara do Detran, mas também há espaços mais calmos.

Conhecer o Empório, no bairro Santo Antônio, foi uma das experiências mais ricas de 2013. Apesar da fama de malvados, a noite ao lado dos funkeiros foi de pura paz. Mesmo que os vizinhos digam o contrário, por sorte, ou desprendimento, foi bem divertido ver tanta gente dançar o funk proibidão e ostentação, sem nenhum B.O, sinais de drogas ou de sacanagem explícita.

Woods chegou como novo espaço para shows em Campo Grande.
Woods chegou como novo espaço para shows em Campo Grande.

Altos e baixos - A maior chiadeira de 2013 foi com a ditadura do silêncio no cidade. Com tanto barzinho cortando o som por conta de ameaças de multa, os músicos lançaram este ano o movimento “Música não é ruído”, que deu origem a projeto que flexibiliza as regras rígidas da Lei do Silêncio. A proposta seria votada até dia 21 de dezembro pela Câmara de Vereadores, mas com o processo de cassação do prefeito em alta, a ideia não teve vez e ficou para 2014.

Mesmo assim, a Semadur deu trégua e a música voltou a ser coisa de barzinho em Campo Grande. “Foi positiva nossa luta, porque colocou respeito da Cultura frente a esses órgãos burocráticos. Em vez de fechar bares, vamos trabalhar para ver se está prejudicando a sociedade. Na mudança da lei o bom senso vai ser da Cultura”, avalia o músico Galvão, um dos organizadores do movimento.

No abre e fecha do ano, é claro que tivemos algumas baixas. Perdemos o Real Botequim na Afonso Pena, o Cine Pornô fechou, para a alegria da Polícia e tristeza de quem passava as tardes em festinhas solitárias.

O restaurante Porcão vinha, mas mudou de ideia. Por outro lado, para quem acha que consumo é desenvolvimento, agora temos 3 shoppings grandes e também ganhamos marcas famosas, como a Zara e a M.A.C.

E vem mais por aí. O restaurante Outback garantia não ter planos de expansão para Mato Grosso do Sul, mas em 2014 traz as carnes com gosto de inspiração australiana a Campo Grande. A Woods é o novo espaço para shows sertanejos e jura que para 2014 já tem grandes surpresas agendadas, como Chitãozinho e Xororó.

Outra expectativa é com a abertura do Cine Sesc, no prédio do antigo Cine Campo Grande, fechado em 2012. O projeto deve ficar pronto no próximo ano, mas ao que tudo indica, é coisa para comemorar só em 2015.

Agora, resta esperar o Carnaval e, caso você ainda não conheça, exercitar a disposição para conhecer o que a folia tem de melhor por aqui: o Cordão Valu.

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