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Educação e Tecnologia

Mesmo com bloqueio, comércio de celulares piratas continua forte

Filipe Prado | 23/03/2014 10:19
Os vendedores abordam os clientes na rua, para vender os celulares piratas (Foto: Cleber Gellio)
Os vendedores abordam os clientes na rua, para vender os celulares piratas (Foto: Cleber Gellio)

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já avisou que vai bloquear os celulares irregulares, chamados "piratas", para que só permaneçam no mercado os com homologação no País. Mas para quem vende esse tipo de equipamento, isso não será tão fácil.“Nós já ouvimos isso há 2 anos”, comenta um comerciante que não quis se identificar.

Ainda não há prazo definido para o bloqueio dos serviços de quem tem celular pirata. Na semana passada, começou a funcionar o sistema desenvolvido pelas operadoras para bloqueio, mas apenas para montar um banco de dados sobre os equipamentos em uso no Brasil. Só a partir de setembro, com todas as informações necessárias, será possível implantar a medida.

Enquanto isso, a venda continua normalmente em pontos tradicionais de Campo Grande, como nos arredores do Camelódromo. “Acho que se eles bloquearem os piratas, terão que acabar com todos”, comenta o vendedor Aruã Mendonça Gonzales, 21 anos.

Mas de acordo com a Anatel, o processo não é tão complicado. A seleção será feita com a leitura do número de série do terminal. Se o aparelho não for homologado, não será habilitado.

De acordo com os comerciantes desse tipo de aparelho, que costumam vir do Paraguai ou de pontos de distribuição em São Paulo, eles chegam a lucrar de 50% a 60% com as "réplicas", Já com os originais a margem cai para 30%.

Aos 17 anos, adolescente que ganha a vida vendendo pirataria, comenta que, a medida pode até ajudar a indústria, mas não o consumidor. “Isso pode acabar com o emprego de muita gente, como o meu, mas muitos clientes reclamam dos celulares originais, então não sei se isso é bom ou ruim."

A operadora de caixa Suely Rodrigues, 34, há oito anos usa um celular pirata, pelo preço do produto que é muito menor que o original. O marido fez o mesmo, mas não deu sorte e o aparelho apresentou defeito. Mesmo assim, ela é contra a retirada dos aparelhos piratas. “Eles vão tirar o emprego de vários pais de família”, argumenta.

O SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos) começou a ser desenvolvido em 2012 e deveria funcionar a partir de 2013. É custeado pelas próprias operadoras Oi, Claro, TIM e Vivo. Deve custa R$ 10 milhões.

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