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Veículos

Cinco dicas para pilotar sua motocicleta com segurança

Márcio Martins | 15/07/2014 21:29
Foto divulgação
Foto divulgação

A frota de motocicletas tem crescido bastante no Brasil nos últimos 10 anos e naturalmente com ela cresceu também o número de acidentes. Como usuário diário de motocicleta já há alguns anos, observador do assunto e tendo estudado alguns dados estatísticos, posso dizer com segurança que cerca de 80% dos acidentes poderiam ser evitados com um pouco mais de prudência, educação dos motoristas de qualquer veículo e pelos próprios motociclistas, principalmente se tiverem mais preparo para utilizar a motocicleta.

Com base nessa premissa, listo abaixo as cinco principais dicas para pilotar com segurança:

1 - Chuva - Em dias de chuva os riscos são grandes para todos os veículos, mas para as motocicletas são ainda maiores. Buracos escondidos por poças d'água, piso escorregadio e visibilidade comprometida são apenas os mais elementares, porém há muitos outros. Os motoristas dos carros olham menos no retrovisor devido a atenção à frente e por vezes, não enxergam direito e acabam entrando na frente das motos. Também há a questão do frio que prejudica a mobilidade, assim como o grande número de roupas. Outro risco grande é o jato de água que os carros e caminhões podem jogar sobre as motos ao passarem em grandes poças d'água. Elas podem desequilibrar o motociclista pelo susto ou força da água. Além dos buracos a água também esconde a presença de óleo e detritos escorregadios na pista.

2 - Pós-chuva - Quando a chuva acaba os motoristas voltam a conduzir seus veículos com a confiança e segurança de quem está andando em solo seco e com boa aderência, no entanto para as motos este é um período crítico, pois a chuva traz para o meio da rua areia e detritos que roubam toda a aderência do piso, o que aumenta muito o risco de acidente. Em lugares baixos este risco é muito maior, pois a água desce pelas ruas com maior volume de detritos e maior capacidade de espalhá-los.

3 - Óleo nas curvas - As chances de ter óleo na pista são muito maiores em curvas do que em uma via reta. É simples entender o porquê. Nos caminhões os tanques de combustível ficam nas laterais e com a boca virada para o lado de fora. Quando estes caminhões estão com o tanque cheio e fazem curvas mais fechadas, o risco de derramar o combustível é muito grande. É bastante comum acontecer acidentes, por exemplo, em alças de acesso a pontes, onde a curva é fechada e com certa velocidade. Passar de moto sobre este combustível é certeza de queda, pois em uma curva é quase impossível segurar a moto nestas condições. Para evitar este tipo de acidente, o ideal é fazer a curva em baixa velocidade e na parte de dentro da pista. É fundamental estar devagar para não derrapar e cair na frente ou embaixo de outro veículo. Outro ponto é que os detritos do solo são lançados na parte de fora da curva, deixando o solo com menor aderência nesta área.

4 - Distância de seguimento - Mais comum do que se imagina é acontecer colisões traseiras entre motocicletas ou mesmo com carros e outros veículos. Isto ocorre porque inexplicavelmente os motociclistas costumam andar “colados” no veículo a sua frente, principalmente nos corredores. A distância segura é de pelo menos 15 ou 20 metros. Pelas características dos pneus das motos a área de atrito com o solo é muito menor, portanto requer mais espaço para parar.

5 - Cuidados entre os carros - Apesar de polêmica a prática de pilotar entre os carros é uma realidade da qual não podemos mais fugir. A questão é matemática nas capitais. Se a motos que andam entre os carros adotarem o centro das faixas de rodagem, estaremos tirando espaços hoje ocupados por carros e o trânsito ficaria pior do que já é. Em São Paulo, por exemplo, onde a frota circulante é de 1 milhão de motocicletas, podemos considerar que apenas 20% delas estão nas ruas ao mesmo tempo, portanto 200 mil. Considerando que uma moto precisa de pelo menos 4 metros para rodar, (isto em trânsito parado, pois a moto tem quase 2 metros, mais 1 metro à frente e outro atrás), estaremos tirando das ruas 800 km de asfalto para os carros. A consequência disto seria simplesmente a inviabilidade do trânsito na cidade.

Voltando a questão da segurança é importante tomar muitos cuidados nos “corredores”. A velocidade para pilotar com segurança é de no máximo 70 km/h. Mesmo que o limite da via seja maior, para a sua segurança, não ultrapasse esta velocidade. Caso não tenha motocicleta alguma à sua frente utilize a buzina para chamar a atenção dos motoristas. É sabido que eles não gostam, mas é uma questão de segurança para o motociclista. Se a sua moto tiver o recurso do lampejador de farol utilize-o à noite, pois é mais eficiente do que a buzina.

Conforme mencionamos acima, mantenha a distância e jamais tente ultrapassar sem que a moto à frente lhe tenha dado passagem. Este é um dos maiores motivos de acidentes nos corredores. Mantenha seus espelhos retrovisores bem posicionados e não tente passar por espaços duvidosos. Quando tiver a sua frente um espaço do qual você se pergunte: será que passa? Sempre responda para si mesmo NÃO! Se a situação levou você a se questionar é porque o espaço é apertado e não lhe garante segurança.

Caro amigo leitor, sou usuário de motocicleta e conheço bem o dia a dia e o prazer de pilotar sobre duas rodas. Vejo diariamente pessoas se submetendo a riscos desnecessários para ganhar segundos que, dificilmente, farão a diferença quando você chegar ao seu destino. Considere o tempo que você já está ganhando pelo simples fato de estar de moto. Por mais que você tente correr o tempo ganho não compensa o risco ao qual se expõe. Andar de moto é muito prazeroso, mas viver é muito melhor!

Por Fernando Medeiros

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