Testamos o Toyota Corolla XEi 2018
O sedã líder de vendas recebeu atualização no visual e novos equipamentos para se manter na liderança
O Toyota Corolla reina atualmente no segmento dos sedãs médios no Brasil, no mês de outubro por exemplo fechou em 6º lugar no ranking dos carros mais vendidos do Brasil, só perdeu para o Onix, Ka, HB20, Gol e o Prisma. Vendeu 57.238 unidades no acumulado de 2017. O Civic seu maior rival fechou na 30º colocação.
Mas o que faz o Corolla vender tanto?
Lançado há 50 anos, é hoje o carro mais vendido de todos os tempos, com mais de 44 milhões de unidades comercializadas em quase 150 países. Um dos segredos do sucesso do Corolla é evoluir de forma gradual, ao contrário de outras montadoras que lançam sempre novidades uma atrás da outra e nem sempre dão certo, a Toyota toma muito cuidado em mexer no que está perfeito, sendo assim cativa seus clientes mais tradicionais. Contam a seu favor a confiabilidade da marca, robustez e a fama de "carro que não quebra". Além disso alto valor de revenda. Em lojas de seminovos, são necessários poucos dias para venda de um Corolla usado. Tudo isso é levado em consideração na hora de fechar o negócio.
O carro que testamos foi a versão XEI 2.0 que foi cedido pela Toyota do Brasil durante sete dias, que custa na faixa de R$ 106 mil. Preço não é o seu forte, mas a Toyota vem fazendo direitinho o dever de casa. Esperou até onde pode para atualizar o sedã, que recebeu visual mais moderno e mexeu exatamente onde deveria, mantendo o que ele tem de melhor.
Além disso incluiu novos equipamentos, que antes não existiam, os controles de estabilidade e de tração além do assistente de saída em subidas, que impede que o carro desça em rampas. Ficou devendo o sistema "Break Hold" que ajuda em paradas em semáforos e congestionamentos, evitando que o motorista fique com o pé no freio em paradas. Este recurso já está presente no novo Honda Civic. Apenas a versão Altis conta com banco do motorista ajustável eletricamente em oito posições.
Ainda falando em segurança o novo Corolla conta com sete airbags desde a versão de entrada GLi.
No conforto o modelo recebeu nova calibração da suspensão, além disso fez reforços no isolamento acústico da cabine e a atualização do software do módulo da direção elétrica.
Por dentro, o estilo é sóbrio, tem partes de toque suave, nova tela multimídia, ganhou novo design das saídas de ventilação e dos comandos do ar-condicionado digital.
Ar condicionado digital de duas zonas, faróis de led e sensor de chuva, só estão disponíveis nas versões mais caras XRS e na Altis.
A central multimídia, tem GPS, leitor de CD (item em desuso) e câmera de ré, porém o software é um pouco lento, traz apenas uma entrada USB e não conta com as plataformas Apple Carplay e Google Android Auto presente cada vez mais nos veículos.
A versão que testamos XEi, conta com rodas de liga leve de 17 polegadas, botão de partida e chave presencial. Também ficou devendo freio de estacionamento eletrônico, e sensor de ré, apesar de ter câmera, mas sem aviso sonoro.
O visual atualizado caiu bem ao modelo, podendo abandonar o apelido de carro de "tiozão". A maior parte das mudanças visuais foram aplicadas na dianteira, que agora conta com novos faróis, grade do radiador e para-choque. Atrás, aparecem lanternas de LED redesenhadas, porém mantem o mesmo desenho do modelo anteior, além de alterações no para-choque.
Impressões ao volante
Embaixo do capô vem um motor 2.0 de 154 cavalos (etanol) e 20,7 kgfm de torque, acoplado a ele, tem o câmbio tipo CVT de sete velocidades muito eficiente. O conjunto é satisfatório e dá conta de levar com tranquilidade os 1.315 kg do sedã.
No trânsito do dia a dia, o motor trabalha silencioso, em rotações bem baixas e a transmissão faz trocas suaves e imperceptíveis, porém abaixo de 3 mil rpm as respostas do motor foram um pouco lentas.
Basta apertar o botão Sport que tudo muda, as trocas de marchas são feitas em rotações altas e o carro mostra agilidade e uma pegada até esportiva, porém o ruído do motor invade a cabine acima de 5 mil rpm.
As trocas de marchas feitas manualmente pelas borboletas, que antes eram monótonas, agora no modelo 2018 são bem rápidas e divertidas.
No quesito consumo foi aceitável para um carro deste porte, em ciclo urbano fizemos a média de 8,0 km/l de gasolina. Não foi possível rodar na estrada, mas segundo a montadora faz 12,6 km/l.
Com a nova nova calibração das suspensões e amortecedores, o que já era bom ficou ainda melhor, sem qualquer “batida seca” da suspensão mesmo passando em vias com pavimento ruim, transmitindo conforto sem prejudicar a estabilidade. Além disso, o isolamento acústico merece aplausos.
O espaço interno é um dos melhores do segmento, o modelo mede 2,70 metros de entre-eixos por 1,77 metros de largura. O porta-malas leva até 470 litros de capacidade volumétrica.
No resumo, o Corolla recebeu melhorias exatamente onde deveria, ganhou equipamentos de segurança que faltavam, recebeu um belo visual, isolamento acústico, interior caprichado e ajustes na suspensão, com esse pacote o líder do segmento dos sedãs médios está pronto para encarar seus concorrentes que ainda estão longe de ameaçar as vendas do Corolla.
Ficha técnica:
• Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando duplo, flex
• Cilindrada: 1.986 cm³
• Potência: 154 (E)/143 cv (G) a 5.800 rpm
• Torque: 20,7 (E)/19,4 (G) kgfm a 4.800 rpm
• Câmbio: Automático CVT, 7 marchas virtuais
• Direção: Elétrica
• Suspensões: Independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
• Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás
• Pneus: 215/50 R17
• Tração: Dianteira
• Comprimento: 4,62 m
• Largura: 1,77 m
• Altura: 1,47 m
• Entre-eixos: 2,70 m
• Tanque: 60 litros
• Peso: 1.335 kg
• Porta-malas: 470
Agradecimento a Toyota do Brasil pelo empréstimo do veículo.