Teste: Como anda o Jeep Commander BlackHalk com motor Turbo de 272 cv
O SUV acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7 segundos, e tem tecnologia semiautônoma nível 2 de série
Quando o Jeep Commander foi lançado em 2021 tinha como foco espaço e conforto, mas faltava uma versão com motor mais potente, que agora foi resolvido com a chegada do novo motor 2.0 Turbo.
Mas será que essa nova motorização vai dar mais folego ao grandalhão de sete lugares?
Para responder essa pergunta, passamos uma semana avaliando o Commander 2025 versão BlackHawk que já de inicio me surpreendi com a grande diferença no quesito potência.
O novo motor é realmente a cereja do bolo, o carro anda como esportivo, as acelerações são vigorosas, é fácil esquecer que estamos num SUV de quase 2 toneladas, o novo motor Hurricane 2.0T ficou perfeito para o carro, que acelera de 0 a 100 km/h em impressionantes 7 segundos.
O novo powertrain entrega ótimos 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque e está associado a um câmbio automático de nove marchas e Tração 4x4 Active Drive Low, sistema que dispõe de seletor de terrenos. É o mesmo motor que equipa o Wrangler e a Rampage (que testamos também).
O Jeep Commander desde o seu lançamento já coleciona prêmios, e registrou recentemente a marca de 50 mil unidades produzidas no país, onde foi o carro de sete lugares mais vendido desde o ano de 2022 e também onde o modelo liderou as vendas da categoria de SUVs grandes pelo segundo ano consecutivo em 2023, com 23% da fatia do seu mercado.
A Jeep mantém a oferta das duas outras opções de propulsão: o motor T270 Turbo Flex, de 185 CV de potência e 270 Nm de torque, associado a um câmbio automático de 6 velocidades (tração 4x2), e o motor TD380 Turbo Diesel, de 170 CV de potência e 380 Nm de torque (tração 4x4), que trabalha em conjunto com o câmbio automático de 9 velocidades.
Visual
Poucas diferenças no visual nesta linha 2025, na frente a nova grade tem as tradicionais sete aberturas, que antes tinham formato de colmeia, agora possuem linhas horizontais, dando um aspecto mais moderno.
Nesta versão que testamos não tem cromados, dando lugar aos detalhes escurecidos, que dão um toque de luxo e esportividade.
Na lateral as rodas de 19 polegadas chamam a atenção. Já na traseira nada muda, mas o que chama a atenção é a dupla saída de escapes que só vem na versão com motor 2.0 Turbo.
No interior, os bancos trazem o nome da versão bordado nos encostos, além de um revestimento misto entre suede preto e couro sintético, que também é encontrado na parte central do painel.
Para acomodar a terceira fileira de bancos o Commander tem 15cm de entre-eixos e 40cm a mais que o Compass para comparação.
Conforto e tecnologia
Não foi apenas motor que o Commander 2025 surpreende, mas também uma lista de itens de tecnologia importantes, como por exemplo o sistema ADAS de nível 2 que vem em todas as versões como item de série, que combina o uso do Lane Centering e do ACC (Piloto automático adaptativo). Essa combinação permite que o carro faça curvas de forma autônoma em vias sinalizadas enquanto mantém a velocidade pré-definida.
Outra novidade é o banco do motorista com memória de posição e Wi-Fi hotpost e Alexa Integrada de série a partir da versão Limited. Além disso, o Commander já possui uma extensa lista de itens de comodidade e conforto, como assentos frontais com ajuste elétrico, porta-malas com acionamento por botão e hands-free, som Premium Harman Kardon com tecnologia Fresh Air, central multimídia de 10,1” com plataforma Adventure Intelligence+ e quadro de instrumentos de 10,25” full digital e HD, entre outros.
Já que estamos falando de um carro 7 lugares, precisamos pensar em espaço para bagagem de todos, porém só tem 233 litros de capacidade do porta-malas (um VW Gol tem 285 litros). No entanto, ao baixar os bancos da terceira fileira, o volume aumenta para 660 litros, e se abaixar todos os bancos, o volume chega a 1.760 litros, quase o espaço de uma picape fechada.
O Commander Blackhawk 2025 tem ar-condicionado automático de duas zonas, teto solar panorâmico, retrovisores externos com rebatimento automático, carregador de celular por indução, chave presencial e tampa do porta-malas com acionamento por sensor.
Tem também sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), monitores de pontos cegos e de tráfego cruzado na traseira, sistema de estacionamento semiautônomo, faróis de LED com facho alto automático.
Como anda?
No transito do dia a dia o carro é esperto, ao pisar mais forte no acelerador, o motor enche de forma rápida, dificilmente uma pista livre não dá vontade de acelerar um pouco mais, toda essa potência, também cobra mais caro na hora de abastecer, no trânsito pesado chega fazer 6 km/l. Essa média foi melhorando com o tempo, andando mais tranquilamente com menos transito essa média sobe para 7,8 km/l na cidade, consumo razoável para um carro que pesa pouco mais de 1800 kg. Na estrada média vai para 9,8 km/l sempre com gasolina.
Tem o botão Sport, mas faltou um botão ECO, para deixar o carro mais dócil e mais econômico, quando o motorista quer andar mais suave sem pressa.
Testamos a eficiência do sistema ADAS, que praticamente faz a curva sozinho, mas o carro chama a atenção do motorista para segurar no volante, e se não for atendido, ele desliga o sistema para o motorista assumir o controle.
Quando o sistema consegue ler as faixas da pista, um sina verde no quadro de instrumentos é mostrado, e também duas finas faixas da mesma cor nas extremidades da tela. No teste que fizemos em rodovias na região de Campo Grande, o sistema funcionou bem, inclusive realizando curvas. O freio autônomo dá certo receio de não frear, mas ele funciona certinho, acelera e freia conforme o fluxo do transito, muito bacana essa função no transito intenso.
Mas para segurar o grandalhão, é necessário freio eficiente, o Commander nesta versão têm discos maiores, passando de 305 mm para 330 mm. As pinças também foram trocadas para melhor eficiência.
O espaço interno é outro ponto importante, O interior do Jeep Commander Blackhawk Hurricane oferece muito espaço, impressão reforçada pelo teto solar panorâmico. Os bancos são bem estruturados e entregam conforto mesmo em trajetos longos – os frontais trazem a inscrição “Blackhawk” no encosto. O espaço na segunda fileira de bancos abriga dois ou três ocupantes sem apertos, especialmente quando a fileira é recuada. Para dar mais “mordomia” aos passageiros de trás, há duas saídas de ar-condicionado com regulagem de intensidade, duas entradas USB (tipos A e C) e até uma tomada comum de três pinos, para quem quiser ligar um laptop. Na terceira fileira, devem embarcar apenas os que tiverem boa flexibilidade, pois o acesso não é tão simples – e pessoas mais altas ficam um tanto “oprimidos” ali. O porta-malas abriga generosos 661 litros na configuração para cinco passageiros – com sete lugares ocupados, sobram 233 litros.
Resumo
O motor mais potênte era o que faltava para dar uma apimentada neste SUV, os sete dias com ele passou rápido, o carro é perfeito para familias, tem muita tecnologia e conforto para familia, tem sistema semiautônomo e ainda tem um visual muito bacana, aprovado!
O consumo não agradou, eu gastei um tanque de gasolina rapidinho, e outro ponto que pesa muito é o valor, a versão que testei passa de R$ 320 mil, mas comparado aos carros da concorrência ele tem atributos para convencer os compradores. Nessa faixa de preço por exemplo tem a Hilux SW4 também 7 lugares, com motor turbo diesel que passa de R$ 400 mil, que anda menos, seu 0 a 100 é de 11,8 segundos contra 7 segundos do Commander.
Pontos positivos
Potência do motor
Sistemas semiautônomos
Acabamento interno
Visual imponente
Pontos negativos
Preço
Consumo
Espaço para pernas da terceira fileira
Porta-malas pequeno com 7 ocupantes