A redenção da humanidade
É impressionante como o coronavírus está contribuindo para uma conscientização geral da humanidade. É sabido que nada acontece por acaso, que tudo tem uma causa anterior e um efeito posterior – como aliás, já foi enunciado por Hermes Trismegisto em seus Princípios Herméticos, no princípio da causalidade. Isso há mais ou menos cinco mil anos.
O momento atual oferece – para quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e mente para discernir – uma oportunidade de ouro. E nos proporciona evolução física, mental e espiritual.
Física porque nos remeteu à prática das mais elementares noções de higiene; mental porque nos acordou para o desenvolvimento de nossas faculdades, e espiritual porque nos reconduziu ao verdadeiro caminho: Deus.
E o caminho é sempre margeado por duas vertentes; o amor ou a dor. A que muitas vezes somos conduzidos pelo medo.
Pelo amor, quando se exerce a arte de bem viver – uma arte verdadeira praticada por quem tem o entendimento de que temos muito a aprender, a aceitar, a mudar, a ceder e a ensinar com uma grande dose de coragem e desprendimento. É como uma ciência que gere as formas de energia, aprendendo a dirigir a força vital que se manifesta em cada um de nós como um esforço que vale a pena, com muitas recompensas.
Pela dor, quando a teimosia, decorrente da falta de entendimento em aceitar as circunstâncias com que nos deparamos se transforma em ação contrária, causando situações que criam obstáculos e sofrimentos.
Todos os atos realizados pelo homem se baseiam no amor e na dor; todas as decisões na vida, em todas as áreas do comportamento humano, estão relacionadas ao amor e à dor, cuja identificação se faz, muitas vezes, pelo medo.
O amor é o firme fundamento diante das vicissitudes da vida. Pode ser que se precise de muito tempo para compreender essa verdade e colocá-la em prática; ainda mais quando está ligada a outra ainda maior: o que cada um faz para si, faz para outra pessoa. O que faz por ela, faz por si.
O amor é uma energia divina inerente ao ser humano que, quando conscientizada, unifica todas as possibilidades de fragmentação. Só podemos amar quando enxergamos Deus em nós por meio de nossas experiências com Ele; não há outro modo de identificação pelo qual podemos amar; podemos ser simpáticos, educados, podemos nos confraternizar com todos que nos rodeiam; contudo, se não houver maturidade que possa identificar essa experiência, nada acontecerá.
O medo é a energia que restringe, fere, paralisa, retrai, nos leva a fugir e nos esconder.
O amor é a energia que expande, move, revela, nos leva a ficar e compartilhar, é a cura.
O medo faz segurar tudo o que se tem; o amor reparte.
O medo sufoca, o amor mostra afeição.
O medo oprime, o amor liberta.
O medo critica, o amor regenera.
Todos os pensamentos, atos, e palavras humanas se baseiam em uma dessas emoções.
"O amor é uma realização do impulso divino interno da vida. Ele baseia-se na compreensão, nutre-se do serviço não egoísta e aperfeiçoa-se na sabedoria”. (Ensinamento do Livro de Urântia em seu documento 174:2).
Enfim, o amor está expresso em todos os lugares, em todas as pessoas. Basta saber enxergá-lo. Bendita seja a Alta Espiritualidade que, por intermédio do coronavírus está promovendo a redenção da Humanidade.
(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.