Como será o ano de 2022?
A humanidade tem sido displicente com a vida e com a economia. As elites e uma parcela da população estão percebendo que a Terra está nos limites críticos, pois pressentem que não vai demorar muito para a chegada do futuro sombrio. Muitas cidades brasileiras mal geridas ficaram estagnadas devido à redução da renda de seus habitantes, além das poucas oportunidades de trabalho e do aumento de moradias precárias.
Prefeitos e vereadores só se interessam pela próxima eleição. Foram desatentos com as atividades econômicas, geradoras de empregos, com a arrecadação e em oferecer educação de qualidade para as crianças. Agora, com a perda de muitos empregos e aumento no custo de vida, a situação se complica para grande parte da população.
Com a união dos povos em torno do objetivo de alcançar o aprimoramento da espécie humana certamente não estaríamos enfrentando o caos atual com desemprego, inflação, escassez de água e alimentos. Na teoria, o sistema democrático ocidental, assegurado pela eleição era funcional, mas na prática os velhos interesses colonialistas deram outro rumo. Os tiranos gostam de mandar, o poder os aprisiona e os individualistas se manifestam.
O estado-nação tinha força, mas na ausência de objetivos nobres para o bem geral perdeu o rumo com o conluio entre eleitos e poder econômico em detrimento da população que esperava o empenho de seus líderes na busca de melhor qualidade de vida no trabalho, na renda, na educação, na saúde. Está ocorrendo uma guinada para baixo com o despreparo e desinteresse das novas gerações na construção de um mundo melhor e sem despotismo.
Durante séculos o catecismo exerceu forte influência na cabeça das novas gerações. No pós-guerra, teve início uma confrontação de culturas atingindo as novas gerações a partir da adolescência. Foi um momento de ruptura que deveria ter sido aproveitado para situar os jovens no mundo, mas que acabou sendo desviado para um viver rebelde através da música, danças e artes com a participação do cinema e da TV, e assim se formaram os novos pais e mães do século 20. Em vez de evolução, veio estagnação.
Os jovens têm acentuado instinto imitativo e, na ausência de modelos, se deixam influenciar pelas atitudes mais evidentes dos artistas e de outros que são destaques na mídia. Ocorre que em geral são modelos de vida devassa, egocêntricos sem propósitos mais nobres, e cujo procedimento e conteúdo artístico acabam se tornando o ideal de jovens desalentados com o futuro sombrio da humanidade, em vez destes buscarem o aprimoramento pessoal e a melhora das condições gerais de vida.
Desde 1980 as decisões econômicas mundiais foram gerando desequilíbrios crescentes a tal ponto que hoje não se consegue falar em recuperação global equilibrada. Paliativos como injeção de dinheiro vão camuflando a situação, mas não resolvem porque os desequilíbrios provocaram a fragilização da economia de muitos países, agravadas com o crescimento da dívida pública.
David Solomon, diretor presidente do Goldman Sachs, disse que durante a recuperação da pandemia os mercados poderão enfrentar uma fase difícil. O FED tem dado apoio para a economia através da liberação de dólares para compra de ativos, o que gerou uma euforia de valorizações e ganhos, e a prudência foi posta de lado pela ganância. Agora surgem notícias de que esse programa de auxílio tem seus dias contados devendo iniciar-se uma fase de redução gradativa dessas compras.
Em 2019 ninguém imaginava como seriam difíceis 2020 e 2021. Com certeza, 2022 continuará trazendo a grande colheita de tudo que o ser humano tem semeado com suas ações, pensamentos e intuições. Temos de fazer tudo que nos for possível para o bem geral, sem inquietação. Muitas crises foram superadas, mas a atual é econômica e humana pela falta de disposição séria para o aprimoramento. A vida é para buscar a felicidade, mas essa só poderá ser alcançada com a busca da verdade, e não só com a aquisição de mais e mais coisas, com as pessoas correndo de uma para outra sem conseguir alcançar a alegria real. Como será o ano novo de 2022? Vamos em frente com sabedoria e alegria.