Perda auditiva pode causar ansiedade e demência
A perda de audição dificulta a vida das pessoas. Além da baixa capacidade de prestar atenção no que outros estão dizendo, a falta de estímulo no cérebro pode ocasionar outros problemas, como ansiedade, depressão e até mesmo provocar demência.
A dificuldade de ouvir bem gera diversos problemas físicos, como acidentes de trânsito e quedas frequentes. Isso acontece por não conseguir perceber o som das buzinas dos automóveis e até os alertas das pessoas na rua.
Além disso, a perda auditiva pode provocar danos psicológicos. Muitas pessoas ficam frustradas e com vontade de se isolar por não conseguir se comunicar com os outros. Esse receio de sair de casa faz com que a pessoa se afaste de amigos e parentes, o que gera um quadro de ansiedade e depressão.
Além dessas sequelas, a falta de estímulos em áreas específicas do cérebro pode levar a chance de adquirir algo mais grave: a demência: É a lei da natureza: se eu não uso, eu acabo perdendo. Esse risco é maior ainda após os 30 anos de vida. Um dia sem ouvir já é suficiente para acabar desencadeando dificuldades em atenção e memória, por exemplo.
O cérebro precisa ser estimulado frequentemente para que ele não perca funções cognitivas. A via auditiva tem a capacidade de mantê-lo ativo constantemente. Oferecemos ao cérebro estímulos auditivos quando conversamos e interagimos com alguém. É como se estivéssemos exercitando-o, assim como um músculo, quando falamos e ouvimos.
Geralmente, os sintomas começam com leves dificuldades de entender quando uma conversa acontece em um nível mais baixo ou quando a pessoa se incomoda com ruídos e ouve zumbidos leves. A níveis moderados, o som da televisão começa a incomodar e o pedido por repetições de fala são frequentes. O problema se torna mais severo e profundo quando se faz necessário gritar para entender uma fala e o zumbido se torna insuportável.
É importante acompanhar a saúde auditiva com exames de rotina e consultas ao fonoaudiólogo, além de oferecer ao cérebro estímulos auditivos, conversas e interações para manter o cérebro ativo. Caso se constate a perda auditiva, o indicado é iniciar imediatamente o processo de reabilitação.
(*) Cintia Fadini é fonoaudióloga pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Possui também Mestrado em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós Graduada em Processamento Auditivo pela CEFAC e GEPAT, São Paulo/SP