Audiência apresenta viabilidade de novo anel rodoviário na BR-163
Com entrega prevista para 2026, população questiona necessidade de obras em rodovia
Audiência pública no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande discutiu a implantação de um novo anel rodoviário da BR-163. A obra, que teve o estudo apresentado na tarde desta segunda-feira (13), tem previsão de estar pronta em até três anos caso seja aprovada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Além da necessidade de mudança de lugar, o estudo também prevê melhorias para o trecho onde o anel está atualmente. Iluminação de 12 quilômetros, duplicação de 67 km do perímetro urbano, 18 paradas de ônibus, 9 rotatórias alongadas, 3 passarelas e 100 m de via marginal.
O edital de concessão da BR-163 modula a obrigatoriedade de uma nova concessionária, além de trechos exclusivos para o deslocamento de veículos pesados.
Segundo o engenheiro Gustavo de Assis, a concessionária CCR MSVias deve ficar até mais dois anos na exploração da rodovia. "Depois disso não pode mais. Foi feita uma nova licitação no trecho entre Campo Grande e Sonora. Vamos ter mais uma audiência publica em Brasília, e só depois vamos fechar o processo de contratação".
Vera Cristina Galvão Bacchi, diretora adjunta da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), pontuou que a proposta foi realizada após o crescimento da região. "Estamos crescendo e precisamos que a rodovia tenha mobilidade. Não podemos deixar que a cidade seja cortada e cria-se uma nova Campo Grande".
Para Janine de Lima, diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), o anel se torna viável pela rapidez. "O cidadão que quer cortar caminho, com o fluxo de quem tá viajando e anda a 140 km por hora e são apenas passagem ali. São reações diferentes e isso reflete em numero de mortes que vemos nos últimos anos. Esse conflito começa a ficar ruim".
Representantes de pessoas que moram na região participaram da audiência e questionam as melhorias previstas no estudo.
Carlos Henrique Faustino, presidente da Associação de Moradores do Prosa diz que "não adianta a gente enxugar gelo, temos que pensar no futuro. Fazer coisas paliativas, como essa obra, não vai beneficiar a população do Prosa e Segredo. E no fim, a comunidade é a última a saber".
"Eu moro nas proximidades do anel, e acho que a duplicação vai ser inútil. Vão ser mais pistas para causar mais trânsito, em um tempo inviável de construção, e que no final das contas não vai resolver os problemas que enfrentamos hoje. Na minha opinião, isso vai aumentar o fluxo de veículos", afirmou Cássia Fátima de Emílio, de 50 anos.
"Quem veio fazer o estudo não levou em conta o crescimento de Campo Grande. É difícil essa modelagem pensando em 30 anos. A duplicação está prevista para três anos e não vai separar o trafego de longa distância e o local. Nos estudos, quebramos isso e vimos que não atende para os próximos 30 anos. A gente não tem margem para errar com a BR-163. Queremos um estudo mais realista", disse Ricardo Haddad.
A audiência pode ser assistida na íntegra, clicando aqui.