Beira-mar reforça tese de maus-tratos e pede laudo de insanidade
Traficante pede acompanhamento psquiátrico desde que voltou à Penitenciária Federal de Campo Grande, em 2019
O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso na Penitenciária Federal de Campo Grande desde setembro de 2019, realizou consulta psiquiátrica na semana passada, dentro da instituição penal, em processo que ele alega insanidade mental diante do que chama de “tortura” pelo que passa dentro do presídio.
O pedido de exame de sanidade mental foi deferido pelo juízo da execução penal, mas não é a primeira vez que ele pede esse tipo de procedimento. Desde 2019, quando foi transferido a Campo Grande pela segunda vez, ele solicita passar por atendimento psiquiátrico. Ainda não houve resultado do exame.
Reiteradamente, o preso alega maus-tratos que sofreria dentro da unidade penal, mas até o momento, não houve abertura formal de processo contra a instituição pela defesa de Beira-mar. Escritas de próprio punho, ele encaminhou cartas à Defensoria Pública da União e segundo a Penitenciária, já há procedimento que investiga as denúncias.
Em audiência em setembro de 2021, o detento aproveitou audiência com o juiz corregedor federal Dalton Igor Kita Conrado para denunciar o que classificou como tratamento desumano e perseguição na Penitenciária Federal de Campo Grande.
Na época, ele afirmou que ao chegar à Capital, foi mantido isolado por seis meses na “cela 40”, sem iluminação ou contato com qualquer outra pessoa. A justificativa, explicou, era a necessidade de análise do seu perfil devido à hierarquia entre os outros presos. “É impossível, porque estou há 14 anos [no sistema prisional federal]”. Vídeo da audiência foi publicado pelo portal UOL.
Na mesma audiência, ele disse que estava denunciando a situação para que o juiz “não deixasse acontecer de novo”. Relatou também que sofre com problemas psicológicos e solicitou atendimentos médicos particulares desde que chegou à unidade. "Estou passando por um momento muito difícil na minha vida. Estou psicologicamente abalado”.
A reportagem entrou em contato com o advogado do traficante, Luiz Gustavo Battaglin Maciel, mas não houve retorno até a publicação deste material.
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