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Cidades

Comunidades indígenas do sul de MS e da Capital têm alto risco para covid-19

Estudo da Fiocruz indica probabilidade alta de proliferação do novo coronavírus em populações de índios no Estado

Lucia Morel | 08/05/2020 16:05
Por conta própria, aldeias estão impedindo movimentação nas comunidades. (Foto: Divulgação)
Por conta própria, aldeias estão impedindo movimentação nas comunidades. (Foto: Divulgação)

Mesmo sem nenhum caso confirmado de covid-19 entre indígenas em Mato Grosso do Sul, levantamento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que há alto risco de contaminação pela doença nas comunidades do Estado. Região mais preocupante é o sul de MS, onde a população de índios é maior.

Estudo feito pela fundação analisa o risco de espalhamento da covid-19 em populações indígenas em todo Brasil. Para Mato Grosso do Sul, o reflexo da proximidade das aldeias às áreas urbanas da cidade reflete o risco de proliferação da doença nas comunidades.

Segundo o relatório, que é de 4 de maio, “por ser uma doença nova, ainda não sabemos como será o comportamento da covid-19 em comunidades indígenas, mas é possível afirmar que sua chegada impõe grandes desafios às comunidades indígenas”, diz trecho do estudo, salientando que tais desafios também são “às autoridades de saúde e a toda a sociedade brasileira para promover a proteção desse segmento populacional vulnerável ao impacto da pandemia”.

Em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado implantou serviço de testagem para detecção do novo coronavírus em aldeias do sul do Estado, justamente onde o relatório aponta ser a situação mais vulnerável, caso a doença acometa a comunidade.

São dez exames ao dia nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, distante 230 quilômetros de Campo Grande, que começaram na última quarta-feira. As duas comunidades são parte da reserva indígena de Dourados, que é a mais populosa de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 18 mil moradores das etnias guarani, kaiowá e terena.

Fiocruz – A situação de Mato Grosso do Sul, tanto em relação ao indígenas quanto aos demais habitantes ainda pode ser considerada confortável em relação ao novo coronavírus, uma vez que não há multiplicação exagerada de casos.

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Assim, a região norte, da Amazônia Legal, é tida como a mais preocupante em todo Brasil quanto aos riscos de covid-19 em indígenas. A capital do Amazonas, Manaus, concentra alto número de confirmações e casos.

Aqui em MS, preocupa, além da região sul, as comunidades que vivem próximas à Capital, Campo Grande. “Além de regiões próximas de capitais, (...) há diversas regiões (por exemplo, porção sul do Mato Grosso do Sul (...)), todas com significativas concentrações de população indígena, que se mostram com elevada probabilidade de ocorrência da epidemia”.

Em outro trecho do relatório, cita-se o aumento de casos e a ocorrência de uma morte por covid-19 na área de atuação do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) de MS.

Por conta disso, “o DSEI encontra-se em risco alto para epidemia, frente à reconhecida vulnerabilidade das populações indígenas nessa região, decorrente de conflitos territoriais e do acesso restrito aos territórios tradicionais”.

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