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Cidades

De olho na reforma agrária, acampamentos ganham força e chegam a sete em MS

As iniciativas de ampliar acampamentos têm como objetivo o cadastramento de famílias no Incra

Lucia Morel e Ana Beatriz Rodrigues | 02/04/2023 18:00
Às margens da MS-010, novos barracos estão sendo erguidos. (Foto: Paulo Francis)
Às margens da MS-010, novos barracos estão sendo erguidos. (Foto: Paulo Francis)

O sonho por um lote de assentamento em Mato Grosso do  Sul parece estar se reaquecendo após anos de estagnação. Aos menos sete acampamentos estão ativos e recebendo novos integrantes no Estado e as iniciativas tem como objetivo o cadastramento de pessoas e famílias no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) mantém três: um em Ponta Porã, na MS-164 perto do Assentamento Itamarati que foi até matéria recente do Campo Grande News; um em Nova Casa Verde, em Nova Andradina; e mais um em Japorã.

Um dos dirigentes do movimento em MS, Zeca Medeiros, afirmou que “o que estamos fazendo é reorganizando as famílias que ainda se encontram acampadas à espera de uma área” e ainda, organizando o acampamento novo, Abrão Lincon, na região de Ponta Porã.

Pela Liga Camponesa Urbana do Brasil também são três as áreas onde famílias permanecem acampadas, sendo uma em Campo Grande, na MS-010, saída para Rochedo; outra no distrito de Quebra Coco em Sidrolândia; e mais uma em Terenos, na Reserva Canindé.

No acampamento da MS-010, a líder Patrícia Colman Carvalho Libório, de 42 anos, explica que, somente na MS-010, são 280 pessoas e a expectativa são lotes em terras oriundas de usina em Quebra Coco, da Fazenda Santa Rita do Ipê em Terenos e da Fazenda Lago Azul, em Campo Grande.

Até novembro do ano passado, pouco mais de 20 famílias estavam no local. A maioria foi embora após a eleição de Jair Bolsonaro e durante a pandemia. No fim do ano, depois das eleições, o acampamento voltou a ganhar movimento, impulsionado pela esperança, já que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem política favorável à reforma agrária.

Barracos às margens do anel viário na BR-262. (Foto: Paulo Francis)
Barracos às margens do anel viário na BR-262. (Foto: Paulo Francis)

Representante da Liga, Adonis Marques informa que as áreas de Campo Grande e Sidrolândia estão praticamente prontas para serem adquiridas pelo Incra, mas o instituto precisa de recursos na ordem de R$ 150 milhões para adquirir as terras.

O acampamento da MS-010 existe desde 2017, mas a partir de 2018 foi praticamente desmobilizado diante da política restrita da antiga gestão federal em relação à reforma agrária. Desde novembro do ano passado, as famílias começaram a voltar, e novas pessoas também começaram a ocupar os barracos. Muitos deles, na tarde deste domingo, estavam sendo erguidos. “Estamos tentando conseguir alimentos para as famílias junto ao Incra”, comentou Patrícia.

Por fim, no anel viário de Campo Grande entre a BR-262 e a BR-060, no extremo sul da cidade, no Bairro Los Angeles, a reportagem identificou o acampamento do chamado Movimento MLP.

Quem falou com o Campo Grande News informou que cuidava do barraco para outra pessoa, mas que a tentativa ali também seria ocupar espaço à espera de um lote. No mesmo local, mas na margem do outro lado da rodovia, a entrevistada, que informou apenas o primeiro nome, Silvana, disse que será iniciado outro acampamento, do mesmo movimento, em breve.

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