De Sidrolândia, aos 92 anos Domingas da Silva será a 1ª indígena imunizada em MS
Ato simbólico está marcado para às 17h de hoje no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul
Domingas da Silva, 92 anos, será a primeira indígena imunizada em Mato Grosso do Sul durante ato simbólico marcado para hoje às 17 horas no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), junto com Maria Bezerra de Carvalho, 83 anos, moradora do Asilo São João Bosco e o médico Márcio Estevão Midom, de 43 anos.
Dona Domingas é da etnia Terena e mora na Aldeia Tereré em Sidrolândia, distante 70 quilômetros da Capital, onde atualmente vivem 800 indígenas de 256 famílias. Mãe de quatro filhos, dois homens e duas mulheres, a indígena é avó de 15 netos.
Devota de Nossa Senhora Abadia, a indígena é conhecida na Aldeia como vovó Dominga e é festeira da santa há mais de 58 anos na comunidade.
“Ela sonhou om a santa um dia e no sonho dela apareceu um indígena só de calção. Ela estava sentada e costurando e ela viu a santa em cima de um morro e no sonho diziam que a santa seria dela. Essa festa é tradicional que recebe gente de vários lugares do país”, disse o neto da indígena, o professor Lourenço Rodrigues Mamedes.
Antes de sair de casa, Domingas disse para a família que estava muito feliz em fazer parte desse momento. E que pediu para Nossa Senhora Abadia e que tudo daria certo. Já no carro a caminho da Capital a ansiedade bateu um pouco.
Ela disse para mim agora que está se sentindo muito bem. Tá um pouco ansiosa, mas calma e esperançosa de que tudo vai ficar bem”, declarou a Cacique Ana Batista que acompanhou Dominga até a Capital.
Segundo a Ana, o momento é de muita esperança e torcida de que tudo vai dar certo. “Mandei aqui no grupo agora da Aldeia, está todo mundo torcendo muito e na esperança de que essa vacina chegue logo na nossa comunidade porque o nosso povo indígena precisa muito disse, perdemos muitos anciãos durante a fase crítica da pandemia”, disse a Cacique.
De março do ano passado até o início de janeiro MS registrou 4.869 casos confirmados de covid-19 entre indígenas e 96 óbitos, segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Os números são o terceiro maior no Brasil, ficando atrás apenas de Amazonas e Mato Grosso.