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Cidades

Denunciado como “falso médico” prova formação e já tem CRM

Profissional se formou na Argentina e passou pelo Revalida; ou seja, tem aval para atuar no Brasil

Anahi Zurutuza | 02/06/2023 17:01
Receita mostra que médico usava protocolo feito no CRM como registro. (Foto: Reprodução)
Receita mostra que médico usava protocolo feito no CRM como registro. (Foto: Reprodução)

Denunciado como “falso médico” atuando no Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, em Sidrolândia, Marcos de Souza Barbosa, de 42 anos, comprovou que é formado em Medicina na Argentina e passou pelo Revalida, exame obrigatório para legitimar diplomas adquiridos no exterior por profissionais que queiram atuar no Brasil. O médico agora já tem registro do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) e pode trabalhar normalmente.

No início de maio, o hospital recebeu fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, depois que denúncia dava conta de médico boliviano estava atendendo pacientes na unidade de saúde de Sidrolândia de maneira irregular.

No dia 3 do mês passado, o Campo Grande News noticiou que o CRM-MS estava investigando os documentos enviados por Marcos de Souza. Para confirmar se o diploma apresentado é verdadeiro, não basta para o CRM o certificado de aprovação no Revalida. “Para que todo o processo de registro junto ao conselho se conclua, é preciso aguardar que a universidade estrangeira confirme ou não que o curso tenha sido concluído”.

O número usado pelo médico em carimbo para receitar medicamentos a pacientes no hospital era o do protocolo da documentação requerendo o registro profissional feito por Souza ao CRM-MS, mas não era o aval definitivo para praticar a profissão. “É importante salientar que todo o processo precisa ser concluído para que a atuação médica possa ser realizada dentro da legalidade”, informou o órgão por meio de nota.

Marcos de Souza foi flagrado atuando no hospital de Sidrolândia durante a fiscalização do CRM na tarde desta terça-feira (2), mas denúncias já haviam sido feitas anteriormente, ao órgão e à reportagem.

Outros profissionais do hospital desconfiaram das condutas do médico, como dosagens de medicamentos receitadas. Uma enfermeira que conversou com o Campo Grande News disse, anonimamente, que o médico não sabia os nomes de itens básicos para atender os pacientes. “Ele erra coisas simples, como nome de medicamentos e dosagens. Começamos a suspeitar e encaminhamos essa situação para a diretoria”.

Por telefone, a assessoria do hospital afirmou que o profissional está em processo de inscrição ao conselho e que apenas auxiliava médicos durante o período de alto fluxo de pacientes. “Ele ficou por aqui, mas não, em nenhum momento ele atuou como médico. Acompanhava os médicos plantonistas, mas não atuava”.

O CRM-MS não informou se o médico recebeu alguma punição.

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