Hackers da Capital são condenados por tentarem dar golpes na Justiça Federal
Um deles, Selmo Machado da Silva, está foragido e foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol
Os hackers campo-grandenses envolvidos na invasão do sistema de informática da Justiça Federal de São Paulo, Selmo Machado da Silva, 46 anos, e Diego Guilherme Rodrigues, 38 anos, foram condenados por crimes cibernéticos.
Procurado pela Interpol, Selmo, que tentou sacar R$ 874.489,69 e mudar o resultado de seis ações criminais, foi condenado a nove anos e dois meses em regime fechado. Já Diego, que forneceu a conta bancária para a transferência do dinheiro, foi condenado a cinco anos e cinco meses no semiaberto. A sentença foi publicada no começo desta semana.
A decisão é do juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo. “O interesse público no caso aqui retratado é inegável, bem assim a sua importância para toda a magistratura, tendo em vista a necessidade de os magistrados conhecerem o modus operandi empregado e se precatarem de eventuais ataques cibernéticos em seus ambientes de trabalho”, escreveu o magistrado.
Selmo continua foragido e foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, a famosa lista dos bandidos mais procurados do mundo. Guilherme está preso no Centro de Triagem Anísio Lima, localizado no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, em Campo Grande, desde 19 de maio deste ano, quando a Operação Escalada Cibernética foi deflagrada pela Polícia Federal.
Ele foi detido em casa, no Jardim Tarumã. Já Selmo, morador do Conjunto Aero Rancho, conseguiu fugir momentos antes da polícia chegar em sua casa e levou um gabinete de computador. Até agora, ele não foi localizado.
Selmo agiu para fraudar documentos públicos do Judiciário federal paulista, com fim de obter vantagens pessoais. Em duas ações, os dois mudaram decisões judiciais na tentativa de que pagamento indenizatório de terceiros fosse feito na conta bancária de Diego.
Em um delas, o valor era de R$ 225.914,26 e em outra, R$ 648.575,43, totalizando R$ 874.489,69, que não foram repassados à dupla porque servidores das Varas Federais alvo dos golpes identificaram a alteração documental a tempo.
Além dessas, em mais seis ações que também tramitavam em Varas Federais paulistas, Selmo tentou alterar as decisões de condenação para absolvição. Os crimes também eram relacionados à segurança de informações no ambiente cibernético.