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Cidades

MS discutirá na próxima semana se máscaras continuam obrigatórias

Atualmente, decreto estadual obriga uso do item em locais fechados; Capital também exige em espaços abertos

Guilherme Correia | 04/03/2022 10:08
Homem caminha no Centro da Capital, de máscara. (Foto: Marcos Maluf)
Homem caminha no Centro da Capital, de máscara. (Foto: Marcos Maluf)

O governo de Mato Grosso do Sul vai discutir a legislação vigente, em relação ao uso obrigatório de máscaras, a partir da próxima semana, passado o período de Carnaval. Isso poderia ocorrer em meio a uma eventual classificação da covid-19 enquanto endemia, não mais pandemia.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, discussões serão feitas entre as autoridades do Estado, por meio do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), a partir da próxima segunda-feira (7).

“Nós vamos fazer esse debate interno, a partir da próxima semana. [Sobre as máscaras], também fica em discussão, ainda na próxima semana.”

Por ora, segue vigente o decreto 15.456, de 18 de junho de 2020, que determina obrigação do acessório facial em ambientes fechados, em todo o Mato Grosso do Sul. Além disso, cada município pode ter regras específicas e, no caso de Campo Grande, a máscara segue compulsória também em locais abertos.

Pandemia - Em publicação oficial do Instituto Butantan, a diretora do Laboratório de Virologia, Viviane Fongaro Botosso, explica que uma pandemia é caracterizada por ser uma doença que atinge diversos países e afeta um grande número de pessoas.

Quem define quando uma doença se torna esse tipo de ameaça é a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Por outro lado,  a epidemia é quando há aumento de casos em regiões, estados ou cidades, mas sem níveis globais. É importante ressaltar que o coronavírus tem estágios diferentes em várias partes do mundo.

Recentemente, a variante Ômicron, que surgiu fora do País, provocou uma mudança no cenário da doença, já que fez o Estado registrar recorde de infecções - há algumas semanas, confirmava-se quase 3 mil infecções a cada 24 horas.

Mesmo assim, o aumento da cobertura vacinal fez reduzir a letalidade do vírus -  em janeiro, foi a menor de toda a pandemia e, em fevereiro, mesmo com leve aumento, permaneceu inferior aos piores momentos da pandemia. Na prática, mais pessoas se infectam, mas menos morrem, por conta dos imunizantes.

No ano passado, Resende já defendia que as máscaras continuassem exigidas, ou mesmo, que houvesse um uso espontâneo da população, assim como é feito em países asiáticos.

“Eu entendo que a máscara, nós vamos precisar de incorporar, como nos países asiáticos, onde usam a máscara para qualquer evento gripal, qualquer infecção das vias respiratórias, para evitar a infecção dos que vivem com eles", disse, à época, ao Campo Grande News.

Para o médico infectologista Rodrigo Nascimento, a decisão de desobrigar ou não o uso desse acessório cabe somente aos órgãos de vigilância epidemiológica, que se baseiam em dados estatísticos para a oficialização, já que quando níveis de infecção beiram a zero, se tornaria opcional.

Entretanto, Nascimento entende que a população brasileira, em geral, talvez não se adapte ao uso constante de máscaras, assim como em outros países, ainda que a covid tenha incentivado boas práticas de saúde, tais como a higienização correta das mãos, o que "evita uma infinidade de doenças".

Redução - O professor e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, explica que a onda de Ômicron levou até 60 dias, em média, em outros países, para que se reduzisse. “É uma onda muito rápida, que dura de 30 a 60 dias, e a gente tem que entender que pode aumentar internações”.

Ela foi confirmada oficialmente em 14 de janeiro deste ano, mas o próprio titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Geraldo Resende, chegou a comentar que pudesse estar em circulação há mais tempo.

Segundo Croda, o SUS (Sistema Único de Saúde) teve um aumento considerável na quantidade de pacientes - o Estado chegou a registrar mais de 100% de ocupação, recentemente, em leitos pediátricos dedicados ao tratamento da covid.

Entretanto, ele ressalta que já tem sido registrado redução de casos e que a tendência é que permaneça, ao menos, nos próximos dias. "Já está em redução, é só olhar as curvas. Já temos queda de casos, hospitalizações e iniciamos a queda de óbitos."

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