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Cidades

Mulher faz empréstimo e perde R$ 7,6 mil em golpe

Casal emprestou dinheiro para pagar entrada que prometia carta de crédito de R$ 150 mil para casa própria

Lucia Morel | 27/11/2022 09:48
Proposta assinada e paga pelo casal. (Foto: Reprodução)
Proposta assinada e paga pelo casal. (Foto: Reprodução)

O casal Maria Dolores Oliveira Sousa, 42 e Josino Domingues, de 45 moram em Ivinhema, cidade a 282 Km de Campo Grande. Eles fizeram empréstimo em setembro de 2020 para poder pagar a entrada de um negócio que prometia uma carta de crédito de R$ 150 mil. Com o dinheiro, eles sairiam do aluguel e comprariam a sonhada casa própria.

Entretanto, foi feito pagamento de entrada de R$ 7.622,00 ainda em setembro de 2019 e a promessa da empresa Reserva Administradora de Consórcio era de que até o final daquele mês, o casal poderia já ter o valor pretendido em mãos. Para obter o valor da entrada, Maria Dolores, que é pensionista, fez um empréstimo.

“A moça chegou a dizer que a gente já poderia procurar casa pra comprar aqui em Ivinhema e meu marido ficou muito feliz”, contou Maria Dolores, reforçando que “na mesma hora a gente tinha o boleto da empresa Reserva nas mãos e pagamos no banco onde fiz o empréstimo mesmo”.

Chegou o fim daquele mês e então o mês de outubro. Maria Dolores e o marido então ligaram na empresa e foram informados de que a funcionária que os atendeu havia sido mandado embora por ter prejudicada clientes. Foram informados ainda que passariam a fazer parte de um consórcio e não mais de uma carta de crédito.

“Mas não aceitamos, pedimos o dinheiro de volta porque não era isso que tínhamos contratado, mas não teve jeito. Não recebemos nada de volta e ainda estamos no aluguel”, lamentou, lembrando que chegaram a procurar um advogado, e foram orientados a fazer um boletim de ocorrência, o que não foi feito. “Já perdemos tanto dinheiro e não temos garantia de que vamos ganhar e mesmo assim, vamos ter que pagar os honorários, daí não entramos na Justiça”, se justificou Maria Dolores.

Depois de muita insistência junto à empresa, o casal conseguiu uma carta de cancelamento, que foi assinada. “Quem atendeu disse que a gente ia entrar no sorteio do cancelamento e de lá pra cá, já estamos em 2022, nunca mais tivemos retorno da empresa e os números de telefone que temos não atendem mais”, lamentou.

Maria Dolores diz que procurou o Campo Grande porque precisa de ajuda. “Peço a vocês que me ajudem, por favor! Ou pelo menos façam uma reportagem para que outras pessoas não passem pelo que nós passamos”, disse. Segundo ela, o casal ainda está “arcando com esse erro, pagando empréstimo sem ter casa pra morar. Ajudem a gente ou ajudem outras pessoas a não viverem com uma ilusão dessa”.

Em busca no site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foram encontrados 44 processos contra a Reserva Administradora de Consórcio em todo Estado, desde Água Clara, Ivinhema, até Coxim, Eldorado, Itaporã, Naviraí, Paranaíba, Rio Verde, São Gabriel, Terenos e Três Lagoas. Maioria por perdas e danos ou rescisão do contrato e devolução do dinheiro.

Casos – a Decon (Delegacia Especializada do Consumidor) tem feito uma ofensiva contra empresas de consórcio que na verdade praticam estelionato. Desde o ano passada, foram quatro ações, sendo duas este ano. Confira as matérias nas reportagens abaixo.

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