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Cidades

Número de casas em MS aumentou mais que população, aponta Censo 2022

Cresceu 36,7% número de domicílios, enquanto população aumentou em 12,56%

Guilherme Correia | 28/06/2023 13:50
Casa para alugar em Campo Grande; houve crescimento de 90,6% dos domicílios não ocupados no Estado. (Foto: Marcos Maluf)
Casa para alugar em Campo Grande; houve crescimento de 90,6% dos domicílios não ocupados no Estado. (Foto: Marcos Maluf)

Mato Grosso do Sul registrou aumento de 36,7% no número de domicílios, segundo o Censo Demográfico 2022, que teve seus primeiros resultados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Atualmente, são 1.208.975 domicílios em território estadual.

O Estado como um todo apresentou crescimento de população de 12,56%, passando de 2.449.024 para 2.756.700 moradores.

Mesmo nos 22 municípios que registraram redução populacional, houve aumento de domicílios mapeados pelo órgão.

No Brasil, a tendência é a mesma - o crescimento dos domicílios foi mais de cinco vezes superior ao da população. O País possui 203.062.512 habitantes (alta de 6,4% em relação a 2010, quando havia 190 milhões), vivendo em 90,68 milhões de domicílios (alta de 34% em 12 anos).

Campo Grande é o 18° município com mais domicílios em todo País, tendo registrado crescimento de 38,6%.

O supervisor de disseminação de informações em Mato Grosso do Sul, Fernando Gallina, explica que uma das principais hipóteses para esse fenômeno é a divisão das famílias conviventes. “Aconteceu muito, de 2000 para 2010, a divisão de famílias conviventes”.

“Enquanto você tinha em 2000, às vezes, uma casa com nove pessoas juntas - avó, avô, filhos, esposa e netos - posteriormente, essas pessoas se separam em domicílios. Os avós ficavam em casa, os pais em outra e os netos em outras, quando mais velhos”.

Segundo o IBGE, a densidade domiciliar - que é a relação de pessoas por domicílios - passou de 3,18 em 2010 para 2,79 em 2022, redução de 12,2%.

“Faz parte de um padrão nacional, o que a gente tem é um crescimento populacional bastante grande, destacado do nacional, mas a gente também teve um crescimento do número de domicílios disponíveis”.

Pessoas de fora

Em municípios como Ribas do Rio Pardo, por exemplo, houve aumento de aproximadamente 2 mil moradores, número abaixo da quantidade de trabalhadores de fábricas recentemente abertas, por exemplo.

Em relação a isso, vale ressaltar que a medição feita pelo IBGE - que define entre outras políticas públicas a quantidade de distribuição de recursos, por exemplo -, utiliza a definição de morador como aquele em que fixou residência no local.

Desta forma, quem mora em outra cidade, mas trabalha em um município, não entraria nesta conta. Outra situação recorrente é de trabalhadores que se mudam de forma temporária, mas pretendem retornar para seu estado ou município de origem.

“Em outros municípios que a gente está tendo essa expansão industrial, tem se recebido muitos trabalhadores que vão ali para trabalhar durante um certo período de tempo, mas eles não estão ali com a intenção de fixar residência, eles foram ali para prestar o serviço e vão retornar para as suas moradias”, explica a coordenadora de pesquisas Sylvia Assad.

Outro exemplo é o de estudantes que moram em uma determinada residência para cursar faculdade, por exemplo, mas oficialmente, ainda são moradores de outros estados ou cidades, já que retornarão assim que finalizarem seus cursos.

“Por exemplo, Ponta Porã, estudantes vão para estudar, passam quatro, seis meses no local, mas voltam para seu estado de origem. Nós temos aqui uma série de municípios que estão com um boom populacional, mas que não é população permanente, é de população temporária que está ali pra trabalhar, depois ele vai voltar para seu município”, ressaltou Gallina.

Definição de domicílios 

Os domicílios são divididos em particulares - que representam a maioria - e se caracterizam pelos que possuem relação de parentesco ou doméstica entre os moradores. Entre eles, há os permanentes, que podem ser ocupados, ocasionais ou vagos.

Os demais são os improvisados, que poderiam ser estruturas improvisadas em áreas irregulares, por exemplo.

Também há os coletivos, que podem ser entidades ou terem caráter administrativo, tais como asilos, presídios, conventos, quartéis, alojamentos, dentre outros.

Houve um crescimento de 90,6% dos domicílios não ocupados. Dentro desses, vagos cresceram 96,3% e ocasionais cresceram 80,2%.

“Quase dobrou o número de domicílios vagos e percentualmente também a gente teve um aumento considerável, de 9% para 13%. É essa a realidade que a gente, quando percorre o município, verifica. Muitos imóveis para alugar, por exemplo”, finaliza Assad.

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