Adalberto diz que Neorad “acabou” com fila por tratamento na radioterapia
O médico Adalberto Siufi defendeu a Neorad, sua clínica particular, em depoimento à CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, na tarde desta quinta-feira (29). Ele disse que graças ao convênio firmado com a empresa, em setembro de 2007, zerou a fila pelo tratamento de radioterapia em Campo Grande.
Conforme a Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, o médico manipulou a rede de tratamento na Capital para beneficiar a Neorad, que cobrava valores até 70% acima da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde).
Ele contou, na CPI, que a Neorad foi construída com recursos obtidos pelo FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). No entanto, não informou o montante liberado pelo Governo federal.
A clínica foi construída para atender convênios e particulares. No entanto, em 14 de setembro de 2007, após aval do Conselho Estadual de Saúde, a prefeitura contratou a Neorad para atender pelo SUS.
Na época, a fila de pacientes com câncer aguardando tratamento era imensa. No entanto, Adalberto não informou quantas pessoas esperavam pelo tratamento na época. Ele contou que zerou a fila.
Em 31 de março de 2010, a prefeitura alegou irregularidades no convênio e rescindiu o contrato. Em 17 de novembro de 2010, o município voltou a firmar novo convênio com a Neorad. Na ocasião, 210 pacientes estavam na fila por tratamento.
Ele disse que, atualmente, a Neorad presta serviço apenas a Santa Casa de Campo Grande. O hospital já anunciou o rompimento com a empresa de Siufi, mas a rescisão depende da instalação dos equipamentos e da aprovação da Agência Nacional de Energia Nuclear. O processo deve levar, no mínimo, três anos.