MPF quer condenação a fazendeiro apontado como mandante da morte de Veron
Pena imposta a seguranças é uma fração do previsto
Depois do julgamento em que 3 funcionários da fazenda Brasília do Sul, acusados da morte do cacique Guarani-Kaiowá Marcos Veron, foram condenados por 6 sequestros, formação de quadrilha armada e tortura, o Ministério Público passa a trabalhar pela punição dos mandantes do crime, entre eles, o dono da propriedade Jacinto Honório da Silva Filho.
A decisão do juri foi considerada como vitória parcial pelo Ministério, que desejava condenação por homicídios e tentativa de homicídios. Ainda assim, para o procurador Luiz Carlos Gonçalves o resultado tem grande significado para a causa indígena.
“A mensagem de que a comunidade indígena tem direitos e que a violência é intolerável foi dada”, disse.
A pena estipulada para Carlos Roberto dos Santos, Jorge Cristaldo Insabralde e Estevão Romero foi de 12 anos e 3 meses de prisão. Todos eles já haviam cumprido 4 anos e 8 meses de prisão preventiva e, como a sentença ainda não transitou em julgado, eles saíram em liberdade do tribunal.
O advogado de defesa Josephino Ujacow comemorou a decisão, tendo em vista que se trata de uma fração da penalidade que poderia ter sido imposta. Ele adiantou que ainda pretende recorrer da sentença.
A pedido do Ministério Público Federal o julgamento foi em São Paulo para evitar influências do proprietário da fazenda Brasília do Sul, que tem grande poder econômico, além do preconceito contra os índios existente no Estado.
Crime - Um grupo de guaranis-kaiowas invadiu a propriedade. Eles estavam acampados pela segunda vez no local que era reivindicado como terra indígena.
Um grupo com cerda de 40 seguranças desocupou a área a força e Veron foi morto a coronhadas durante o conflito.
Foram 5 dias de juri. Um grupo de índios viajou de MS a SP para acompanhar. Entre eles estavam os 3 filhos do cacique morto e membros da tribo.
(Com informações da Agência Brasil)