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Cidades

Além de prisão estranha de Amorim, PF prendeu ex-deputado e engenheiro

Luana Rodrigues | 10/07/2015 13:53
Acompanhado por dois advogados, Amorim, de roxo, deixa PF (Foto: Marcos Ermínio)
Acompanhado por dois advogados, Amorim, de roxo, deixa PF (Foto: Marcos Ermínio)
Beto Mariano também foi preso por porte ilegal de arma (Foto: Arquivo)
Beto Mariano também foi preso por porte ilegal de arma (Foto: Arquivo)

Além do empresário João Alberto Krampe Amorim, dois servidores efetivos da Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura), que estão afastados, também foram presos pela Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira(10), durante a operação "Lama Asfáltica". A PF não informou as circunstâncias das prisões, nem por quanto tempo eles permaneceram detidos na superintendência, apenas que foram liberados após pagarem fiança, de acordo com a condição socioeconômica individual.

Conforme informações apuradas pelo Campo Grande News, foram presos por porte ilegal de arma de calibre permitido, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Paranaíba, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, e o engenheiro civil Marcos Tadeu Inciso Puga. Os dois guardavam revólveres calibre 38 em casa. Eles foram encaminhados à polícia e liberados após pagarem fiança no valor de R$ 8.880.

Já João Amorim pagou R$ 10 mil e deixou o prédio da Superintendência da Polícia Federal por volta das 17h, para o espanto de todos, dirigindo seu próprio carro, o que dá a entender que ele teria ido por "livre e espontânea" vontade. Ele tinha em casa duas armas também de calibre 38.

Estranho - Na tarde de ontem (09), foi realizada uma entrevista coletiva na Superintendência da PF, para divulgar detalhes sobre a operação, no entanto, o delegado da PF, Antônio Carlos Knoll, não revelou a prisão de nenhum envolvido. Ele foi questionado por jornalistas e negou três vezes que alguém tinha sido preso na operação.

No entanto, à noite, a TV Morena, no jornal MSTV 2ª Edição divulgou a informação de que Amorim e mais dois foram presos. As circunstâncias das três prisões também são misteriosas. Equipes de reportagem do Campo Grande News acompanharam a operação desde às 7h da manhã até a saída dos agentes da PF e servidores da Receita Federal e CGU (Controladoria Geral da União) dos locais revistados para o cumprimento dos 19 mandados, mas só flagraram a saída de agentes da polícia, com vários malotes e nenhum preso. Questionada sobre os detalhes da questão, a assessoria da PF disse que não poderia repassar as informações.

O Caso - O esquema deu prejuízo de ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos. De acordo com a PF, foram fiscalizados contratos de R$ 45 milhões. Ainda conforme a polícia, a organização criminosa era “especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais”.

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no desenvolvimento da ação. Entre os locais visitados pelos agentes estão as casas de João Amorim, do ex-secretário de obras Edson Giroto e do ex-secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, João Antônio De Marco.

Também foram apreendidos R$ 210 mil, R$ 195 mil em cheques, US$ 100 mil e 3 mil euros, além de computadores e documentos, também foi apreendida uma obra de arte.

Suspeitos - João Alberto Krampe Amorim, "João Amorim", figura no cenário político de Mato Grosso do Sul desde que foi tesoureiro da campanha de André Puccinelli (PMDB) para a prefeitura em 1996 e 2000. Ele também coordenou a campanha da irmã Antonieta Amorim (PMDB) para a Assembleia Legislativa em 2014. O empresário, segundo a polícia, é suspeito de fraudar as licitações com a ajuda de servidores públicos e donos de outras companhias.

Wilson Roberto Mariano de Oliveira, "Beto Mariano",  é ex-deputado estadual, ex-prefeito de Paranaíba e funcionário de carreira da Agesul desde a época em que se chamava Dersul. Ele é um dos principais assessores da Secretaria de Obras na gestão de Edson Giroto, que atualmente ocupa o cargo de assessor especial do Ministério dos Transportes, em Brasília. Em 2012, ele chegou a ser cotado para assumir a superintendência regional do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte). Uma das justificativas para a indicação era de que ele era um dos principais colaboradores de Giroto na Secretaria de Obras.

Mariano também foi alvo de inquérito do MPE (Ministério Público Estadual) por irregularidade na aquisição de uma fazenda de 1,1 mil hectares em Coxim junto com Giroto e outros dois sócios.

Já o engenheiro civil Marcos Tadeu Puga, já foi representante da construtora Central do Brasil Ltda, e também aparece em ações como responsável técnico por obras realizadas pela Agesul.

João Amorim deixou o prédio da PF e saiu dirigindo o próprio carro (Foto: Marcos Ermínio)
João Amorim deixou o prédio da PF e saiu dirigindo o próprio carro (Foto: Marcos Ermínio)
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