Com carreira no serviço público, ex-secretário tem mansão de R$ 7 mi
Visitada na manhã desta quinta-feira pela PF (Polícia Federal), que realiza a operação “Lama Asfáltica”, a mansão do ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto (PR), tem avaliação estimada em R$ 7 milhões, mais do que o triplo do patrimônio declarado por ele em 2012. À época, quando disputou a prefeitura de Campo Grande, ele informou à Justiça Eleitoral ter bens avaliados em R$ 2.029.591,62.
A casa de Giroto é um dos maiores imóveis do condomínio de luxo Damha. São em torno de mil metros quadrados de área construída e terreno de 2 mil metros quadrados. O residencial é endereço de quem pode pagar R$ 1.200 pelo metro do terreno ou R$ 5 mil por metro de área construída.
Engenheiro, Giroto passou quase as últimas duas décadas no serviço público. Em 1997, assumiu o cargo de diretor executivo da Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas da prefeitura de Campo Grande. Entre 1998 e 2006, assumiu o comando da secretaria responsável pela execução de obras na Capital.
Em 2007, foi nomeado secretário estadual de Obras. Em 2010, Giroto venceu eleição para deputado federal, mas optou por permanecer no comando da pasta no primeiro escalão do governo André Puccinelli. Na época, havia declarado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) patrimônio de R$ 1.767.386,40.
Neste ano, assumiu o cargo de assessor especial do Ministério dos Transportes. Como funcionário do Governo Federal, recebe remuneração bruta de R$ 11.235, além de R$ 2.600 de jetons e R$ 373 de verba indenizatória.
Nesta quinta-feira, os policiais também foram à empresa Proteco Construtora Ltda, à residência do empresário João Alberto Krampe Amorim (proprietário da Proteco) e à Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura).
Quatro servidores concursados foram afastados por determinação da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande: o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano; Hélio Yudi Komiyama, Marcos Tadeu Inciso Puga e Márcia Alvarez Machado Cerqueira.
Beto Mariano também foi alvo de inquérito do MPE (Ministério Público Estadual) por irregularidade na aquisição de uma fazenda de 1,1 mil hectares em Coxim junto com Giroto e outros dois sócios.
O esquema de empreiteiras resultou em prejuízo de ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos. De acordo com a PF, foram fiscalizados contratos de R$ 45 milhões. Ainda conforme a polícia, a organização criminosa era “especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais”.
O grupo é acusado de cometer sete crimes: sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes em licitação.
O nome da operação, realizada em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, faz referência ao insumo usado nas obras identificadas, como pavimentação e ações de tapa-buracos.