"Estão investigando pessoas por seus advogados", diz defensor de guarda
Alexandre Franzoloso está entre os envolvidos na operação que vão ser ouvidos nesta quinta-feira pelo Gaeco
O advogado Alexandre Franzoloso é um dos depoentes que estão no Gaeco (Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) que estão sendo ouvidas nesta quinta-feira (3) como parte da Operação Omertà, deflagrada na sexta-feira passada (27) para desmantelar organização criminosa à qual são atribuídas pelo menos 8 execuções no perído de 10 anos, em Campo Grande. O grupo, conforme as apurações, seria chefiado pelos empresários Jamil Name, 8 anos, e Jamil Name Filho, 42.
No dia da operação, a casa de Franzosolo, na Vila do Polonês, foi alvo de busca e apreensão. Foram levados documentos e computadores para subsidiar o trabalho de investigação. O celular dele também deveria ser apreendido, mas como o criminalista estava fora de Campo Grande, o aparelho só foi levado ao Gaeco na terça-feira (1º) segundo Franzoloso informou por telefone à reportagem do Campo Grande News.
O advogado afirma que não há nada no relatório da investigação que o coloque como suspeito de algum crime. De acordo com ele, o c conteúdo citado indica que ele fez apenas o trabalho de defender e orientar seu cliente, o guarda civil municipal Marcelo Rios, preso desde maio, quando foi flagrado com arsenal em imóvel pertencente ao empresário Jamil Name, 80 anos, considerado pelo Gaeco o chefe de um grupo de extermínio.
“O que aconteceu comigo, além de ter sido um absurdo, afeta a advocacia como um todo. Estão investigando pessoas através de seus advogados”, diz.. “ E isso não vamos aceitar”, complementa.
Franzoloso é presidente no Estado de entidade que reúne advogados criminalistas, Abracrim. A entidade divulgou nota depois das prisões criticando o que chamou de criminalização da advocacia. “Alexandre Gonçalves Franzoloso se trata de advogado militante na área criminal em todo País, aguerrido e firme em suas manifestações e estratégias defensivas de seus constituintes” afirma o texto.
“Vou responder a tudo que me perguntarem, mas a minha atuação cingiu-se a atuar como advogado criminalista”, afirma. Ao chegar ao Gaeco, Franzoloso disse que conversaria com as equipes só depois do depoimento.
Não foi preso - Estão sendo ouvidos hoje os 10 envolvidos que tiveram prisão provisória, por 30 dias, decretadas pela Justiça quando autorizou a operação. Franzoloso não está preso porque conseguiu liminar no Tribunal de Justiça, impedindo o cumprimento da ordem.
Porém, vai ser ouvido para a continuidade das investigações. Pesa contra ele, segundo as investigações, a acusação de ter tentado coagir testemunhas e até uma Defensora Pública.