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Capital

"Não vi Adriano usando droga", diz testemunha de morte no trânsito

Agnaldo Espinosa admite que ele e o empresário ingeriram bebidas alcoólicas

Anahi Zurutuza e Luana Rodrigues | 05/04/2017 15:42
Agnaldo dando entrevista depois de ser ouvido em juízo (Foto: André Bittar)
Agnaldo dando entrevista depois de ser ouvido em juízo (Foto: André Bittar)
PRF acompanha depoimentos na sala de audiências (Foto: André Bittar)
PRF acompanha depoimentos na sala de audiências (Foto: André Bittar)

Agnaldo Espinosa da Silva, de 48 anos, testemunha-chave da morte de Adriano Correia do Nascimento, 33, negou em juízo que tenha visto o empresário usar drogas e afirmou que o amigo “não aparentava estar embriagado” no dia que se envolveu em briga de trânsito com o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, o “Coreia”.

Ele foi a primeira pessoa a responder perguntas da acusação e defesa do PRF na frente do juiz Carlos Alberto Garcete, 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que julgará o caso.

Ao ser questionado pelo advogado Renê Siufi, que defende o policial, sobre o estado de embriaguez dele, do enteado, de 17 anos, e de Adriano no dia do crime, Agnaldo admitiu todos haviam feito uso de bebidas alcoólicas, mas negou que estavam bêbados.

Os três saíam da boate Non Stop no carro do empresário, uma Toyota Hilux, quando houve a briga entre o motorista da caminhonete e o PRF na avenida Ernesto Geisel.

O laudo necroscópico assinado pela médica legista Vania Esteves Silva apontou que Adriano tinha feito uso de entorpecente, um remédio para ansiedade, além de estar com “elevados níveis de álcool no sangue”.

Foi detectado no sangue coletado do empresário a presença de 2,33 g/L de álcool, metilenodioximetenfetamina (ecstasy) e Setralina (substância encontrada em medicamentos para ansiedade).

Siufi foi incisivo e perguntou a Agnaldo se o trio havia usado drogas. O amigo do empresário morto negou. “Sou contra isso”.

Especificamente sobre Adriano, ele disse que não sabia se o empresário estava sob efeito de entorpecentes.

O advogado do PRF perguntou ainda o que Agnado tinha visto dentro do carro e a testemunha respondeu: “nada”.

A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, que faz a acusação, pediu que Agnaldo relatasse os fatos do início ao fim e ele deu a versão já conhecida. “O Adriano deu uma pequena fechada e ele [Coreia] desceu xingando a gente de vagabundo, bêbado. Sem a gente fazer nada”, iniciou o relato.

Outras testemunhas arroladas pela acusação foram ouvidas na tarde de hoje.

Outras testemunhas arroladas pela acusação foram ouvidas na tarde de hoje. “Coreia” acompanhou todos os depoimentos. Veja no vídeo o momento em que o PRF entra na sala de audiência:

Crime e acidente foi em 31 de dezembro na avenida Ernesto Geisel. (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)
Crime e acidente foi em 31 de dezembro na avenida Ernesto Geisel. (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)

Crime – Adriano foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. Na versão do policial, que atuava em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária da Capital, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia.

“Coreia”, como era conhecido na corporação, alega que fez a abordagem após ter sido fechado. Nos depoimentos, ele reforçou que sempre se identificou como policial.

Ricardo Moon, contudo, foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. A denúncia do MPE chegou dia 23 de janeiro à 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia 1º de fevereiro.

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