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Capital

Anvisa suspende lote aplicado em pacientes com câncer da Santa Casa

Zana Zaidan | 18/07/2014 16:36
O lote foi suspenso depois que a Santa Casa notificou as mortes para a Anvisa (Foto: Marcelo Calazans)
O lote foi suspenso depois que a Santa Casa notificou as mortes para a Anvisa (Foto: Marcelo Calazans)

Depois de três mortes consecutivas, - nos dias 10, 11 e 12 de julho - de pacientes da quimioterapia da Santa Casa de Campo Grande, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu o uso de um lote do medicamento cinco-fluoracil, o 5-FU. A decisão foi tomada após ser constatado que as três vítimas tomavam doses deste mesmo lote. Por ser a agência reguladora nacional, a decisão vale para todo o Brasil.

A informação foi repassada pela Anvisa à Santa Casa, disse a chefe da Comissão de Controle de Infectologia do hospital, Priscilla Alexandrino, durante coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje (18).

Conforme o presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, 41 pacientes da quimioterapia também foram medicados com o mesmo lote de 5-FU, mas não apresentaram efeitos colaterais graves – exceto por uma mulher, que estaria internada, mas passa bem e está prestes a receber alta, acrescentou.

Até o momento, explica Priscilla, foi verificada a aplicação do mesmo lote do 5-FU nos quatro casos de reações graves, além de doses do lelcovorin (ácido folínico), que potencializa os efeitos do primeiro. Os demais lotes do 5-FU não foram suspensos, e se necessário, podem ser aplicados nos 200 pacientes que hoje fazem quimioterapia na Santa Casa.

Investigação - Priscilla também foi nomeada responsável por outra comissão – de Instauração de Óbito Aplicada (esta temporária) - criada para investigar a causa das mortes. A previsão é que o trabalho seja concluído em 30 dias.

O objetivo é constatar se o medicamento foi responável ou causado por erro humano, caso as doses tenham sido manipuladas equivocadamente. 

O Campo Grande News apurou que, dois meses atrás, um dos farmacêuticos do Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa terceirizada que presta serviços de quimioterapia para a Santa Casa de Campo Grande, foi substituído.

Questionado, Teslenco afirmou não ter conhecimento do fato. "Trata-se de uma empresa terceirizada, que presta serviços para nós. Por isso, é de competência exclusiva deles contratar ou demitir funcionários". 

Segundo o presidente do hospital, o Centro não teria notificado a Santa Casa sobre as mortes, que só tomou conhecimento dos fato pela imprensa e, por isso, pode ter o contrato da quimioterapia suspenso ou até mesmo ser responsabilizada criminalmente, acrescentou.  


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