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Capital

Após protestos, concessionária promete começar melhorias na BR-163 em 10 dias

Em reunião com moradores, CCR MSVia se comprometeu, inclusive, a instalar redutores de velocidade

Por Mylena Fraiha e Kamila Alcântara | 29/01/2025 17:45
Após protestos, concessionária promete começar melhorias na BR-163 em 10 dias
Trânsito pesado na BR-63, em trecho do km 484, que dá acesso ao bairro Jardim Noroeste (Foto: Juliano Almeida).

Após os protestos de moradores do bairro Jardim Noroeste na BR-163, em Campo Grande, foi acordado em reunião nesta quarta-feira (29) que a concessionária CCR MSVia, responsável pela estrada, iniciará em até dez dias a melhoria na sinalização no trecho antes do km 484, que dá acesso ao bairro.

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Após protestos de moradores do Jardim Noroeste, em Campo Grande, a CCR MSVia se comprometeu a melhorar a sinalização e instalar quebra-molas na BR-163, no trecho do km 484, em até 10 dias. A decisão veio após a morte de um motociclista, que gerou manifestações. A CCR MSVia destacou que a instalação de semáforos requer estudos técnicos, mas prometeu reforçar a sinalização e realizar campanhas educativas. A BR-163 é considerada a rodovia mais perigosa de Mato Grosso do Sul, com altos índices de acidentes devido à infraestrutura e desatenção dos motoristas.

O local escolhido foi onde o motociclista Roger Almeida, de 33 anos, morreu em acidente de trânsito após ser atingido por um caminhão-baú na segunda-feira (27). Sua morte gerou comoção entre os moradores do bairro, que, junto aos familiares do motociclista, realizaram um protesto na noite de ontem (28).

Dezenas de pessoas fecharam um trecho da rodovia, na altura da entrada do bairro, ao lado da rua Água Azul, km 484. Na ocasião, pediram mais segurança e a instalação de semáforos no cruzamento onde ocorreu o acidente.

Após protestos, concessionária promete começar melhorias na BR-163 em 10 dias
Manifestantes segurando cartazes e pedindo segurança na BR-163 (Foto: Juliano Almeida)

Na tarde desta quarta-feira (29), uma reunião a portas fechadas aconteceu entre moradores do Jardim Noroeste, a CCR-MS, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) para dar uma resposta aos moradores e encaminhar as demandas apresentadas. A reunião ocorreu na superintendência da PRF, na Rua Joel Dibo, na região central de Campo Grande.

A representante do bairro e atual presidente da associação de moradores do Jardim Noroeste, Valmira Rigote, de 55 anos, explicou que os pedidos incluíam a instalação de um semáforo na altura do km 484 da rodovia, o reforço na sinalização e a implantação de uma lombada eletrônica.

No entanto, a CCR-MS, em nota, informou que a implantação desse tipo de dispositivo em rodovias deve atender a uma série de critérios técnicos e normas de regulamentação, o que exige mais tempo de estudo para garantir a segurança viária. Também destacaram que estudos sobre o uso de semáforos em rodovias, como na BR-163/MS, apontaram um aumento de 50% no número de acidentes, como colisões traseiras e engavetamentos.

Em contrapartida, a concessionária se comprometeu a reforçar a sinalização no local com balizadores, aplicação de novas placas no trecho antes do km 484, divulgação de outros acessos aos bairros próximos e campanha educativa sobre como usar a sinalização, entre outras medidas.

Após protestos, concessionária promete começar melhorias na BR-163 em 10 dias
Momento da reunião entre moradores do Jardim Noroeste, CCR-MS, DNIT e PRF, na sede da PRF/MS, em Campo Grande (Foto: Divulgação).

O que os moradores dizem? - Apesar de não ter todas as demandas atendidas, Valmira explica que a melhoria na sinalização já é um começo para melhorar a segurança. “Nós saímos, digamos, não 100% contentes, mas eles vão agir conforme as condições. Não será algo imediato. Esperávamos uma solução mais rápida, mas também precisamos entender as possibilidades da CCR para implementar as melhorias”.

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Valmira diz que o trecho mais perigoso para acessar o bairro é o cruzamento entre a BR-163 e a Rua Água Azul (Foto: Paulo Francis).

Segundo Valmira, o trecho mais perigoso para acessar o bairro é o cruzamento entre a BR-163 e a Rua Água Azul, onde, coincidentemente, ocorreu a morte do motociclista na última segunda-feira.

O morador Antônio de Jesus, que também estava na reunião, apontou que o trecho é muito complicado para atravessar, especialmente em horário de pico. Ele é morador do bairro há 17 anos. “É complicado. Você leva mais ou menos de 40 minutos a 1 hora para atravessar. Vai entrando na beirada, atravessando tudo, arriscando a vida. E a sinalização está bem apagada".

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Antônio apontou que o trecho onde motociclista morreu é também muito complicado para atravessar (Foto: Paulo Francis).

"Rodovia da Morte" - Conhecida como a "Rodovia da Morte" em Mato Grosso do Sul, a BR-163, especialmente no trecho do anel viário de Campo Grande, é considerada a via mais perigosa do estado pela própria PRF.

“Toda a extensão do anel viário, desde o 400, na saída para São Paulo, até o 490, que é a saída para Jaraguari, é perigoso. Mas, dentro desse trecho, os quilômetros 480 a 485 são os mais perigosos, que vão do viaduto da saída de Três Lagoas até um pouco além da Uniderp Agrária”, explica o atual Superintendente da PRF em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno.

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João Paulo, superintendente, também destaca que as causas dos acidentes nas rodovias envolvem uma série de fatores e negligências (Foto: Paulo Francis).

O superintendente também destaca que as causas dos acidentes nas rodovias envolvem uma série de fatores e negligências, tanto por parte dos motoristas quanto do poder público ou dos responsáveis pela gestão da via.

“É a infraestrutura da via, a desatenção, essas questões, principalmente as ultrapassagens em locais indevidos, excesso de velocidade e a desatenção ao volante. Essas são as maiores causas, não só naquele trecho, mas em toda a rodovia”, pontua João Paulo.

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