Carro do marido de Graziela, sumida desde abril, também tem evidências de sangue
Corsa sedã preto passou por perícia com luminol e reagente deu positivo, como já tinha ocorrido na casa onde os dois viviam
Mais uma diligência feita pela Polícia Civil compromete o vendedor Rômulo Rodrigues Dias, 33 anos, na investigação pelo desaparecimento de Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, com quem ele vivia até 5 de abril de 2020, quando ela foi vista pela última vez. Depois dos indícios, em grande volume, de presença de sangue na edícula na qual os dois moravam, no Bairro Joquéi Clube, a aplicação de luminol também revelou que Graziela, já morta, pode ter sido transportada no carro dele.
Evidência de marca de sangue foi encontrada pela perícia no banco traseiro do carro de Rômulo, um Corsa sedã preto. Os investigadores também têm convicção de que o veículo passou por lavagem recente.
A suspeita é de que Rômulo tenha matado “Grazi”, como é era conhecida entre as amigas, ainda no domingo quando se tem a última notícia dela, dada por ele inclusive. Depois, segundo acredita a polícia, desovou o cadáver em algum lugar ainda desconhecido.
Existe entre os investigadores até mesmo a hipótese de que o corpo tenha sido esquartejado e os pedaços jogados em lugares distintos da cidade. Nesta, semana, foram feitas buscas usando trio de cães farejadores do Corpo de Bombeiros tanto na casa que os dois dividiam quanto no terreno onde estavam construindo imóvel, em loteamento no antigo Balneário Atlântico. Nenhum vestígio de restos mortais foi encontrado
Preso desde 19 de abril, ele não confessa. Por isso, a polícia procura provas para confirmar a suspeita contra ele quanto e para localizar Graziela, mesmo que morta.
Vestígios – Na quarta-feira (20) à noite, a perícia e os policiais civis foram à edícula que Rômulo e Graziela dividiram, aos fundos de terreno onde há mais casas, para fazer o procedimento de aplicação do reagente luminol. O produto indica a presença manchas de sangue, mesmo que tenha havido limpeza.
A explicação técnica é de que a substância provoca a reação chamada quimiluminescência, capaz e fazer a marca de sangue "brilhar" no escuro.
O suspeito e Graziela faziam junto o curso de técnico de enfermagem e também eram colegas de trabalho na mesma marmoraria. Depois do sumiço dela, foi ele quem levou objetos de Graziela para o local de trabalho e disse que ela não iria mais.
Ouvido pela polícia, contou versões conflitantes sobre o domingo em que ela sumiu. Foram pelo menos três histórias diferentes sobre o domingo 5 de abril.
As amigas de Graziela, que denunciaram o sumiço dela à polícia, definiram o relacionamento como conturbado.
Amostras dos locais onde foram encontradas marcas de sangue vão, agora, para exame laboratorial. Caso seja confirmado que é realmente de sangue dela, isso pode ser considerada prova suficiente para o indiciamento pelo crime de feminicídio e eventualmente para a acusação, que leva o caso ao julgamento no tribunal do júri.