Com 6 meses de atraso, prefeitura estava com água e luz a serem cortadas
Prefeito apresenta balanço financeiro da gestão anterior, avisa que salários vão atrasar e pondera: "calma, assumimos ontem"
Com seis meses de contas em atraso, a Prefeitura de Campo Grande quase teve o fornecimento de água e energia elétrica suspensos, conforme o prefeito Marquinhos Trad (PSD), que reclamou nesta terça-feira (2) de mais esta herança deixada por seu antecessor, Alcides Bernal (PP).
"A antiga gestão deixou de pagar quase R$ 12 milhões de água e luz". O valor refere-se ao consumo do Paço Municipal e dos prédios públicos, incluindo escolas, creches e unidades de saúde. Também faz parte desta conta a iluminação pública, que o município deixou de pagar à Energisa após a suspensão da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública) em julho pelo poder Legislativo.
"Tive que pedir um voto de confiança à Energisa e Águas Guariroba para não cortarem", complementou o prefeito, ao final da coletiva de imprensa convocada por ele para apresentar o balanço das finanças deixadas por Bernal. Questionado sobre detalhes do acordo com as concessionárias de água e energia, brincou: "usei o ditado 'devo não nego, pago quando...'".
Situação difícil - As contas em atraso foram apenas um detalhe da coletiva, cujo foco principal foi avisar que os salários dos servidores vão atrasar por falta de caixa, mas que devem ser honrados até o dia 12, quando entrarem os recursos provenientes do IPTU, cujo vencimento dos carnês é dia 10.
"O ex-prefeito anunciou que deixou R$ 252 milhões. Ele não mentiu, só esqueceu de avisar que deste total só podemos usar R$ 37 milhões para folha de pagamento, pois o restante é dinheiro já comprometido", explicou, ao lado do secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Pedrossian Neto.