Com adesão de 163 escolas, professores fazem passeata
Professores da Reme saíram em marcha e querem reunião com prefeita Adriane Lopes
Em Campo Grande, professores de 163 das 205 escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) aderiram à paralisação nacional nesta quarta-feira, suspendendo as aulas em 79,5% das instituições da cidade. O grupo se reuniu hoje na sede da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) e saiu em passeata, a caminho da prefeitura.
Os professores saíram da sede do sindicato, na Rua 7 de Setembro, passaram pela Rua Rui Barbosa e foram até Avenida Afonso Pena, se concentrando na Praça Ary Coelho. A expectativa é que o protesto tenha reforço de mais profissionais no local, em organização com apoio da Fetems (Federação dos Trabalhadores de Educação em MS).
Os professores ainda vão seguir para a prefeitura, onde pretendem se reunir com a prefeita Adriane Lopes. O presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, disse que encaminhou ofício ontem, pedindo esse encontro, mas ainda não há nada agendado oficialmente.
Manifestação – A quarta-feira é dia de paralisação nacional, em que a categoria pede a revogação do Novo Ensino Médio. Para os docentes da Reme, também está sendo reivindicado o reajuste do piso salarial referente ao ano de 2024.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) divulgou o número de escolas que tiveram atividades prejudicadas. Informou, ainda, que os pais e alunos foram comunicados antecipadamente e que as aulas serão repostas.
Hoje cedo, a equipe do Campo Grande News encontrou familiares de estudantes em frente de escolas e que não sabiam da manifestação, como na Escola Municipal Carlos Vilhalva, no Jardim Aeroporto.
Mudança - O Novo Ensino Médio foi decretado por medida provisória no governo Temer em 2016 e aprovado pelo Congresso no ano seguinte. Em 2021, no governo Bolsonaro, o ministro Milton Ribeiro definiu um calendário de implementação gradual que previa a mudança do 1º ano em 2022, do 2º ano em 2023 até chegar ao 3º em 2024, com ajustes no Enem.
O Novo Ensino Médio altera a BNCC (Base Comum Curricular), amplia o tempo mínimo na escola de 2,4 mil a 3 mil horas anuais e prioriza conteúdos voltados às áreas de conhecimento escolhidas pelos próprios estudantes.