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Capital

Com cidade tomada por lixo e buraco, morador se revolta com alta de IPTU

Mariana Rodrigues | 05/11/2015 17:38
William Carvalho Batista, está indignado com a quantidade de buracos em Campo Grande. (Foto: Gerson Walber)
William Carvalho Batista, está indignado com a quantidade de buracos em Campo Grande. (Foto: Gerson Walber)

Os moradores de Campo Grande estão revoltados com o aumento de 9,57% do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que deve valer para o ano que vem. Eles reclamam que não veem o retorno do imposto em melhorias para a cidade que quando não está tomada pelo lixo, apresenta um caos nas ruas esburacadas.

O valor definido pelo prefeito Alcides Bernal (PP), corresponde a inflação acumulada de outubro de 2014 a setembro 2015, estipulada em pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas o que preocupa os campo-grandenses é do imposto só aumentar e não haver retorno que possibilite melhorias na cidade. Com isso a notícia do aumento só deixou os moradores mais revoltados.

"É um absurdo. Quando Campo Grande perde o título de Capital do lixo, ganha de cidade dos buracos", reclama Reny Nogueira Ribeiro, aposentado de 61 anos. Ele contou que possui duas casas na Vila Margarida, o que gera um gasto de aproximadamente R$ 1.200 em IPTU.

Reny já chegou a contar a quantidade de buracos que têm em sua rua, Ciro Araújo Franco. "São doze buracos. Eram dez, mas surgiram dois novos essa semana", diz ele que afirma ficar indignado com a alta do imposto, já que tem gastos extras causados pela falta de infraestrutura. "Meu carro apresentou vários problemas na suspensão e é um carro novo, vou reclamar para quem? Não tem para quem reclamar, vamos sofrer com esse reajuste para continuar como estamos, sem retorno nenhum", desabafa.

Reny Nogueira Ribeiro, já contou 12 buracos na rua onde mora na Vila Margarida. (Foto: Gerson Walber)
Reny Nogueira Ribeiro, já contou 12 buracos na rua onde mora na Vila Margarida. (Foto: Gerson Walber)

O marceneiro Adir Gonçalves Branco, 30 anos, tem sua empresa na mesma rua e está preocupado com o aumento. Ele não sabe ao certo quanto paga de IPTU, já que vem embutido no aluguel do local, mas acredita que terá que repassar esse valor para seus clientes. "Esse aumento é um absurdo, se revertesse em melhorias para a cidade, mas não reverte. A cidade está horrível, e tudo isso é culpa do prefeito e dos vereadores".

No Carandá Bosque a situação é a mesma, o morador Alécio Mourão, 41 anos, analista de sistemas, conta que o aumento já era esperado, mas que é preciso ter melhorias, na segurança e na infraestrutura. "As ruas estão esburacadas, precária, eu já precisei gastar R$ 200 com manutenção do meu veículo por conta de um buraco que existe há três meses".

O marceneiro Adir Gonçalves Branco, está preocupado com o aumento do imposto. (Foto: Gerson Walber)
O marceneiro Adir Gonçalves Branco, está preocupado com o aumento do imposto. (Foto: Gerson Walber)

William Carvalho Batista, 19 anos, autônomo, conta que divide o IPTU com a mãe, ele conta que desembolsa cerca de R$ 700 com o imposto, mas que a situação está complicada devido a falta de melhorias que deveria vir com esse reajuste. "Se aumentassem o imposto e nos garantissem uma cidade com qualidade, tudo bem. Mas a gente sabe que isso não ocorre", conta ele que completa ainda que é só olhar para a cidade e ver a atual situação. "Estou indignado com toda essa buraqueira", finaliza.

O índice de reajuste foi publicado no Diário Oficial do município nesta quinta-feira (5), a estratégia usada por Bernal é por decreto, ou seja, o reajuste não passou pela Câmara de Vereadores.

Na rua Ciro Araújo Franco, na Vila Margarida, já são mais de dez buracos, conforme os moradores. (Foto: Gerson Walber)
Na rua Ciro Araújo Franco, na Vila Margarida, já são mais de dez buracos, conforme os moradores. (Foto: Gerson Walber)
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