Com cidade tomada por lixo e buraco, morador se revolta com alta de IPTU
Os moradores de Campo Grande estão revoltados com o aumento de 9,57% do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que deve valer para o ano que vem. Eles reclamam que não veem o retorno do imposto em melhorias para a cidade que quando não está tomada pelo lixo, apresenta um caos nas ruas esburacadas.
O valor definido pelo prefeito Alcides Bernal (PP), corresponde a inflação acumulada de outubro de 2014 a setembro 2015, estipulada em pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas o que preocupa os campo-grandenses é do imposto só aumentar e não haver retorno que possibilite melhorias na cidade. Com isso a notícia do aumento só deixou os moradores mais revoltados.
"É um absurdo. Quando Campo Grande perde o título de Capital do lixo, ganha de cidade dos buracos", reclama Reny Nogueira Ribeiro, aposentado de 61 anos. Ele contou que possui duas casas na Vila Margarida, o que gera um gasto de aproximadamente R$ 1.200 em IPTU.
Reny já chegou a contar a quantidade de buracos que têm em sua rua, Ciro Araújo Franco. "São doze buracos. Eram dez, mas surgiram dois novos essa semana", diz ele que afirma ficar indignado com a alta do imposto, já que tem gastos extras causados pela falta de infraestrutura. "Meu carro apresentou vários problemas na suspensão e é um carro novo, vou reclamar para quem? Não tem para quem reclamar, vamos sofrer com esse reajuste para continuar como estamos, sem retorno nenhum", desabafa.
O marceneiro Adir Gonçalves Branco, 30 anos, tem sua empresa na mesma rua e está preocupado com o aumento. Ele não sabe ao certo quanto paga de IPTU, já que vem embutido no aluguel do local, mas acredita que terá que repassar esse valor para seus clientes. "Esse aumento é um absurdo, se revertesse em melhorias para a cidade, mas não reverte. A cidade está horrível, e tudo isso é culpa do prefeito e dos vereadores".
No Carandá Bosque a situação é a mesma, o morador Alécio Mourão, 41 anos, analista de sistemas, conta que o aumento já era esperado, mas que é preciso ter melhorias, na segurança e na infraestrutura. "As ruas estão esburacadas, precária, eu já precisei gastar R$ 200 com manutenção do meu veículo por conta de um buraco que existe há três meses".
William Carvalho Batista, 19 anos, autônomo, conta que divide o IPTU com a mãe, ele conta que desembolsa cerca de R$ 700 com o imposto, mas que a situação está complicada devido a falta de melhorias que deveria vir com esse reajuste. "Se aumentassem o imposto e nos garantissem uma cidade com qualidade, tudo bem. Mas a gente sabe que isso não ocorre", conta ele que completa ainda que é só olhar para a cidade e ver a atual situação. "Estou indignado com toda essa buraqueira", finaliza.
O índice de reajuste foi publicado no Diário Oficial do município nesta quinta-feira (5), a estratégia usada por Bernal é por decreto, ou seja, o reajuste não passou pela Câmara de Vereadores.