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Capital

Com "Fora Temer" na bagagem, 2 mil sindicalistas de MS viajam ao DF

Paulo Nonato de Souza e Yahima Mecchi | 23/05/2017 10:45
Trabalhadores no embarque no Praça do Rádio rumo ao Distrito Federal. A quarta-feira será de "Ocupa Brasília" (Foto: Marcos Ermínio)
Trabalhadores no embarque no Praça do Rádio rumo ao Distrito Federal. A quarta-feira será de "Ocupa Brasília" (Foto: Marcos Ermínio)

Ao longo desta terça-feira, pelo menos 52 ônibus levando cerca de duas mil pessoas, segundo as centrais sindicais, deixarão Campo Grande e outras cidades de Mato Grosso do Sul com destino a Brasília para reforçar o movimento convocado contra a reforma da Previdência, mas que depois da delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, já é visto como um ato pela saída do presidente Michel Temer.

“Vamos a Brasília para protestar contra as reformas e exigir a renúncia do presidente Michel Temer, e queremos eleições diretas. Sabemos que para isso será preciso mudar a Constituição, mas é necessário. Porque se a escolha do novo presidente for por eleição indireta, a tarefa será do Congresso, que decidirá pela escolha de alguém da mesma linha deles, e o Brasil não quer isso”, declarou José Lucas da Silva, presidente da CSB/MS (Central dos Sindicatos Brasileiros), em entrevista ao Campo Grande News.

O presidente da Força em MS, Idelmar da Mota Lima, cauteloso sobre o "Fora Temer" (Foto: Marcos Ermínio)
O presidente da Força em MS, Idelmar da Mota Lima, cauteloso sobre o "Fora Temer" (Foto: Marcos Ermínio)
O presidente da CSB/MS, José Lucas da Silva, defende a saída de Temer e eleições diretas (Foto: Marcos Ermínio)
O presidente da CSB/MS, José Lucas da Silva, defende a saída de Temer e eleições diretas (Foto: Marcos Ermínio)

O movimento batizado de “Ocupa Brasília” atende convocação do PT e de outros partidos de oposição, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e várias outras centrais sindicais, grupos de esquerda e movimentos sociais, e a ideia inicial era promover uma grande marcha contra as propostas de reforma defendidas pelo Governo Federal. Com as delações, a ação que pretende reunir 300 mil pessoas em frente ao Congresso nesta quarta-feira ganhou contornos de “Fora Temer”.

Cauteloso, o presidente da Força Sindical em Mato Grosso do Sul, Idelmar da Mota Lima, disse que pelo menos 10% dos 800 trabalhadores que o seu sindicato representa no Estado irão a Brasília para defender direitos trabalhistas.

“Quanto a saída do Temer creio que o momento é de muito cuidado, muita cautela. Na minha opinião o momento não é de pedir para o Temer sair. Temos que esperar as provas, porque com a delação o que fica é a incerteza, mas o povo brasileiro tem que mostrar indignação”, disse Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical em Mato Grosso do Sul.

Na Praça do Rádio, a concentração para o embarque rumo ao Distrito Federal (Foto: Marcos Ermínio)
Na Praça do Rádio, a concentração para o embarque rumo ao Distrito Federal (Foto: Marcos Ermínio)

De acordo com os organizadores da caravana, nem todos os ônibus fretados sairão da Praça do Rádio, na região central de Campo Grande. Em frente da sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), por exemplo, vão sair 20 ônibus no meio da tarde.

No total, a Fetems calcula levar 32 ônibus lotados de trabalhadores do segmento da educação, não apenas de Campo Grande, mas de vários municípios de Mato Grosso do Sul, e tem previsão de chegada em Brasília por volta de 3h da madrugada desta quarta-feira.

A abertura do ato de protesto em Brasília está prevista para as 14 horas (hora local) em frente ao Congresso Nacional. “Será um ato nacional contra as reformas e para exigir a renúncia do Temer”, disse o presidente da Fetems, Roberto Batorelli.

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