Com pistoleiros foragidos, Omertà abre fase de audiência sobre assassinato
Hoje, a partir das 13h30, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, ouve sete testemunhas de acusação
Com reforço na segurança, na sala do Tribunal do Júri e pistoleiros foragidos, começa nesta segunda-feira (dia 2) a etapa de audiências judiciais da operação Omertà, realizada em setembro de 2019 contra organização criminosa e grupo de extermínio.
Hoje, a partir das 13h30, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, ouve sete testemunhas de acusação no processo sobre a execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, fuzilado por engano em 9 de abril de 2019, em casa, no Jardim Bela Vista.
Numa situação inusitada quando se trata de pistolagem, o crime de mando, os suspeito de serem mandantes estão presos, enquanto os pistoleiros, que em geral chegavam primeiro ao julgamento, estão foragidos.
Devido à quantidade de pessoas, o juiz requisitou a sala do Tribunal do Júri, mais ampla do que a sala de audiência. A reportagem apurou que houve pedido para reforçar a segurança.
Nesta segunda-feira, na lista de testemunhas de acusação está Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai da vítima e apontado como verdadeiro alvo do crime. Outra a ser ouvida é Eliane Benitez Batalha dos Santos, esposa do ex-guarda municipal Marcelo Rios que foi o estopim para a prisão dos demais acusados.
Também entram na relação, o delegado Tiago Macedo dos Santos e o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. Inicialmente, a audiência de hoje seria com nove pessoas, mas duas parentes de Juanil Miranda Lima, apontado como pistoleiro, foram dispensadas.
Sete réus – Foragidos, Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires (este já condenado por execução de delegado), apontados como pistoleiros, estão na lista do Ministério da Justiça dos mais perigosos do Brasil.
Denunciados como mandantes e presos na penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte), os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho participam por videoconferência.
Outros três réus participam da audiência à distância: o ex-guarda municipal Marcelo Rios (preso em maio com arsenal), o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo e o técnico de informática Eurico dos Santos Mota. Rios e Vladenilson estão presos em Mossoró, enquanto Eurico está em presídio de Coxim.
A acusação pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier inclui homicídio doloso qualificado (mediante paga e emboscada), receptação e porte ilegal de arma de uso restrito.
Pai do universitário, Paulo Teixeira Xavier entrou na lista de execuções dos Names, conforme a denúncia do Ministério Público, por ter sido considerado traidor, ao prestar serviço ao advogado Antônio Augusto Souza Coelho, radicado em São Paulo, com quem a família teve negócios envolvendo terras com valores milionários.