“Contador” e dono de garagem que lavava dinheiro ficam presos
Na operação Status, a PF recolheu todos os veículos à venda na JV Motors
A Justiça Federal de Campo Grande negou pedidos para revogar as prisões preventivas de Alexandre Lima Vilhanueva e Slane Chagas, alvos em 11 de setembro da operação Status.
De acordo com a investigação, Alexandre ocupa a posição de principal gerente financeiro do grupo criminoso e era uma espécie de contador do Clã Morinigo, líder da quadrilha ligada ao tráfico de cocaína. A operação da PF (Polícia Federal) e Receita Federal foi centrada no crime de lavagem de dinheiro.
Responsável pela gestão dos gastos, Alexandre também figura como “laranja”, ocultando bens e valores da família Morinigo. Foi identificado que ele e Slane Chagas, proprietários da JV Motors, loja de revendas de carros em Campo Grande, têm patrimônio incompatível com a renda.
O empresário Slane Chagas é citado como um dos principais envolvidos nos atos de lavagem de dinheiro. Ele intermediava a venda e a transferência de veículos que seriam ligados ao esquema coordenado por Jefferson Morinigo, além de ações para ocultar o capital obtido por meio do tráfico de drogas.
Chagas também foi gerente da JKGM Veículos, também conhecida como Classe A Motors em Campo Grande, que pertencia aos Morinigo. Com o encerramento da empresa em MS, foi aberta a JV Motors em nome de Chagas, que seria do patrimônio do clã.
No dia da operação, a JV Motors, localizada na Avenida Salgado Filho, teve todos os carros apreendidos pela PF, que esvaziou o pátio da loja.
Ao pedir a revogação das prisões, as defesas alegaram que Alexandre e Slane têm bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito. Os pedidos foram negados pelo juiz da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado.
A Status foi realizada em parceria com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, local onde o Clã Morinigo foi preso.
Ao todo, foram sequestrados R$ 230 milhões, sendo dez imóveis em território paraguaio avaliados em R$ 150 milhões.
O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, como construtoras, administradoras de imóveis e garagens de veículos de luxo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos presos.