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Capital

Defesa de Cristhiano contesta denúncia e vai alegar legítima defesa

Nadyenka Castro | 04/04/2011 18:30

Advogado diz que “prova está no filme”

Jefferson era segurança da casa noturna. (Foto: Arquivo de Família)
Jefferson era segurança da casa noturna. (Foto: Arquivo de Família)

Responsável pela defesa de Cristhiano Luna de Almeida, o advogado Ricardo Trad contesta a denúncia oferecida pelo MPE (Ministério Público Estadual) e declarou que irá alegar que o acusado agiu por legítima defesa e que a respiração boca-a-boca e a massagem cardíaca feita em Jefferson Bruno Escobar podem ter ocasionado a morte.

“A denúncia é cruel e crudelíssima. Não existe motivo torpe nem aqui e nem na China. Nem aqui e nem na Líbia”, declarou o advogado referindo-se ao fato da acusação dizer que Cristhiano agiu por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa de Jefferson e tratar o caso como homicídio com dolo eventual.

“Hoje são raras as denúncias por homicídio na forma simples. O Ministério Público força as qualificadoras para que o caso seja tratado como hediondo”, disse o advogado.

Ricardo Trad explica ainda as imagens feitas pelas câmeras da casa noturna onde ocorreu o crime mostram que Cristhiano foi agredido primeiramente e somente depois desfere chutes e socos no segurança, agindo em legítima defesa. “É só olhar as imagens. A prova está no filme”, disse.

O advogado disse que conversou nesta segunda-feira com seu cliente. “Ele diz ter bebido um pouco e em faze disso brincou com o garçom. Isso é fato inafastável”.

Ricardo Trad declara que a intenção da defesa é mostrar também que as tentativas de manter Jefferson vivo podem te-lo levado à morte. “Possivelmente a massagem cardíaca poderia ter ocasionado fratura na costela e hemorragia”. “Vamos levar peritos, médicos-peritos para testemunhar que uma massagem artificial errada pode matar”.

O advogado contesta também o fato do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ter marcado a audiência para oitiva das testemunhas de acusação antes da defesa preliminar. “É colocar o carro na frente dos bois”, disse Ricardo Trad.

O caso- Jefferson trabalhava como segurança em uma casa noturna da avenida Afonso Pena quando precisou intervir para que Cristhiano saísse do local após confusão com um garçom.

Houve discussão entre Cristhiano e os seguranças e quando era retirado eles se agrediram, conforme as imagens. Conforme testemunho de um vendedor de bombons à Polícia Civil, Jefferson passou mal, falou para o bacharel em Direito e este se mostrou indiferente e continuou com as agressões.

O segurança foi submetido à massagem cardíaca e à respiração boca-a-boca. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas quando os socorristas chegaram ele já estava morto.

Cristhiano fugiu do local e foi preso a uma quadra da casa dele, após ter deixado o carro dos pais no local. Ele está na cadeia desde então.

Dois advogados já atuaram na defesa dele. Ricardo Trad é o terceiro. Ele foi contratado pelos avós do acusado e também pelos pais. Christiano já negadas pela Justiça duas tentativas de sair da prisão.

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