Lutador é denunciado por homicídio doloso, duplamente qualificado, e racismo
No fim da tarde de ontem, o MPE (Ministério Publico Estadual) apresentou denuncia contra o lutador de jiu-jitsu, Christiano Luna, de 23 anos, por homicídio doloso, duplamente qualificado.
A promotoria também pede que o advogado responda, no mesmo processo, pelo crime de injúria. Segundo inquérito policial, Christiano usou palavras racistas contra garçon negro, durante confusão que provocou a morte do segurança Jefferson Bruno Escobar, na madrugada do dia 19 de março.
O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro considerou como qualificadores motivo torpe e o fato do advogado ter dificultado a defesa da vítima.
Agora caberá ao juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande decidir se acata ou não a denúncia dos MPE nesses termos.
O promotor diz que não tem dúvidas sobre a responsabilidade de Christiano na morte do segurança. Apesar da defesa sustentar que o rapaz havia bebido muito e não tinha condições de dar um golpe fatal contra Jefferson, o MPE avalia que a realidade foi outra.
“Ele discutiu com muita gente antes de matar. Teve tempo de sobra para pensar no que estava fazendo. Ele sabia exatamente o que estava fazendo”, diz Douglas Oldegardo.
Preso - Ontem, a Justiça negou mais um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do lutador.
Ele está preso desde o dia da morte, ocorrida em um bar na avenida Afonso Pena , em Campo Grande.
A liminar em habeas corpus foi negada pelo desembargador Manoel Mendes Carli. A 2ª Turma Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ainda avaliará o mérito do pedido.
Foi o segundo pedido de liberdade feito pela defesa de Christiano. O primeiro foi negado pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Ivo Salgado da Rocha, dois dias após ele ser preso em flagrante.
De início, Christiano Luna foi autuado por lesão corporal seguida de morte, no entanto, no decorrer das investigações a Polícia Civil verificou que ele teve intenção de matar e o indiciou por homicídio doloso.
Segundo as investigações, imagens do circuito interno do bar mostram que Christiano agrediu Jefferson mesmo após este o ter alertado que estava passando mal. Além disso, uma testemunha ouviu quando o acusado disse que não se importava com o trabalhador.
Em depoimento à Polícia Civil Christiano chorou e disse que não teve intenção de matar o segurança.