Em depoimento, acusado de matar segurança chora e quer se retratar
O lutador Christiano Luna de Almeida, de 23 anos, chorou durante depoimento na tarde de hoje na 1ª Delegacia de Polícia em Campo Grande. À delegada Daniella Kades, o acusado de matar o segurança Jefferson Bruno Escobar em uma casa noturna no último dia 19, se mostrou arrependido e espera se retratar.
Durante mais de uma hora, Christiano apresentou sua versão da história, que mobilizou a população de Campo Grande, por conta da violência e banalidade do caso. Segundo testemunhas, o lutador bateu em Jefferson porque o segurança tentava retirá-lo da casa noturna, onde o jovem estava se comportando de maneira inapropriada.
A delegada não quis comentar o depoimento de Christiano, e adiantou que “nada mudou”. No entanto, Christiano foi indiciado no primeiro momento lesão corporal seguida de morte, mas hoje, a delegada, que entrega o inquérito amanhã, decidiu mudar o tipo de crime, apontando o lutador como autor de homicídio doloso por dolo eventual.
O Ministério Público já havia sugerido a tipificação do crime como homicídio doloso, acrescentando duas qualificadoras: motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, no caso, o fato de Christiano ser lutador de jiu-jitsu.
“Eu sempre fui maltratado naquela casa noturna”, defendeu-se Christiano, que chegou com o rosto coberto até a delegacia, no centro de Campo Grande. O lutador continua preso no Presídio de Trânsito, no bairro Jardim Noroeste.
Daniella confirmou que em 2005 Christiano foi suspenso da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) após se envolver em uma briga no estacionamento da universidade. E em 2009, ele se envolveu em outra briga, onde machucou seriamente o estudante Rafael Mecchi, de 22 anos, durante show na Expogrande.
A delegada vai apresentar os resultados do inquérito em entrevista coletiva às 9 horas desta terça-feira.